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Rio entra na madrugada com polícia de prontidão contra retaliações do CV

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Rio entra na madrugada com polícia de prontidão contra retaliações do CV

Após um intenso dia de combate contra membros do Comando Vermelho (CV) na Penha e no Alemão, o governo do Rio de Janeiro mantém o alerta ao longo da madrugada desta quarta-feira (29) para possíveis retaliações. 

Pelo menos 60 criminosos e 4 policiais morreram em combate na terça-feira (28). A polícia segue de prontidão e a expectativa do governador do Rio, Cláudio Castro, é de que todos os sistemas públicos operem normalmente nesta quarta (29). 

“Há um primeiro dia de estresse, e a tendência é ir se acalmando”, afirmou o governador à CNN Brasil. “A polícia está toda de prontidão, em locais estratégicos [contra eventuais retaliações]”.

Segundo Castro, a maioria das tentativas de retaliação dos membros do CV foram desmanteladas pela polícia. “A grande maioria das tentativas de bloquear as ruas foram debeladas. Tínhamos um planejamento de que isso poderia ocorrer. Claro que não dá para colocar policiais em todas as ruas, mas estamos em locais estratégicos.” 

Os moradores do Rio viveram um dia de caos na terça-feira, e muitos tiveram dificuldades para retornar para casa por conta da falta de ônibus. Segundo Castro, esse problema não deve acontecer na quarta-feira (29). “São muitos ônibus e vias, alguns ficaram presos no trânsito [na terça]. Estamos preparados para livrar o Rio da criminalidade”. 

Dados da operação

Além das mortes, foram 81 presos na ação policial. Entre os criminosos detidos está Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, braço direito do líder do comando Vermelho, Edgard Alves, o Doca, segundo fontes da PM ouvidas pela CNN Brasil.

Belão é o operador financeiro do Comando Vermelho no Complexo da Penha. Os detidos na operação foram enviados para a Cidade da Polícia, onde estão sendo identificados.

Operações com mais mortes no RJ

A operação de terça

28 de outubro de 2025 ficará marcado na história do Rio de Janeiro como o dia da operação policial mais letal já registrada no Estado, com 64 mortos, sendo 60 de suspeitos de crimes e 4 de policiais (dois policiais civis e dois policiais militares do BOPE).

Segundo o governo do Rio de Janeiro, a ação foi iniciada com o objetivo de combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados – os alvos se concentram no Alemão e na Penha.

Desde as primeiras horas da manhã, diversas cenas de “guerra” foram registradas pela cidade.

Drones policiais registraram um grupo de criminosos fortemente armados, vestindo roupas camufladas e portando fuzis, em fuga por trilhas clandestinas na mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.

Pelo menos 2500 agentes das Polícias Civil e Militar foram para as ruas. Para a realização da megaoperação, o suporte logístico e tecnológico incluiu drones, dois helicópteros, 32 blindados e 12 veículos de demolição.

Pedido negado

Castro (PL) disse que o estado vem tentando dialogar com as Forças Armadas e que já solicitou apoio de blindados ao Exército três vezes, mas que os pedidos foram negados em todas as ocasiões.

O governador afirmou ainda que o estado do Rio de Janeiro está “sozinho” e cobrou maior integração com o governo federal no combate ao crime organizado. A fala do governador se dá no mesmo dia em que a Polícia do Rio realiza uma megaoperação no Complexo do Alemão que já deixa ao menos 60 mortos.

Drone do Comando Vermelho

Em um vídeo obtido pela CNN Brasil, um drone de criminosos do CV (Comando Vermelho) foi flagrado arremessando bombas na região do Complexo da Penha. 

Com informações de Ana Julia Bertolaccini, Cleber Rodrigues, Pedro Venceslau e Camille Couto.

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