O Supremo Tribunal Federal (STF) identifica um enfraquecimento significativo do bolsonarismo junto ao governo dos Estados Unidos, especialmente nas relações com o presidente Donald Trump. A avaliação surge em meio às negociações entre os dois países sobre questões comerciais e diplomáticas. A apuração é da analista de Política Luísa Martins no Bastidores CNN.
A carta enviada por Trump ao Brasil, que mencionava a atuação do STF como justificativa para a tarifa de 50%, parece ter perdido força. “A avaliação atual indica que as questões econômicas têm prevalecido sobre as alegações políticas do grupo ligado ao ex-mandatário brasileiro”, afirma Luísa.
Segundo informações obtidas junto a ministros da Corte, a hipótese de perseguição política apresentadas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo jornalista Paulo Figueiredo têm menor relevância diante de questões mais urgentes.
“O mercado americano demonstra sentir falta dos produtos brasileiros e quer resolver essa situação. Os próprios apoiadores de Trump têm criticado as decisões do presidente em termos de política econômica e comercial”, afirma a analista de Política da CNN.
Um indicativo dessa mudança de cenário foi a reação de Trump após a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Contrariando expectativas, o período posterior à sentença foi marcado por gestos amigáveis e maior abertura ao diálogo com o Brasil, incluindo sinais positivos durante a Assembleia Geral da ONU.
“As articulações diplomáticas têm priorizado a resolução de questões econômicas, deixando em segundo plano temas como a suspensão de vistos de autoridades brasileiras e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes“, destaca Luísa.
A reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estados americano, Marco Rubio, exemplifica essa nova fase das relações bilaterais.