Em meio às crescentes tensões entre Estados Unidos e Venezuela, o Brasil adota uma postura diplomática alinhada com sua tradição de mediação em conflitos internacionais. A análise vem após a confirmação de operações da CIA em território venezuelano.
Em entrevista à CNN, a professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá de Tecnologia, Flávia Loss, afirma que o posicionamento brasileiro defende a não interferência em assuntos domésticos de outros países, mantendo sua histórica postura de mediador regional. “Esta abordagem está fundamentada na experiência histórica da América do Sul com intervenções militares, que não trouxeram resultados positivos para a região”, ressalta Flávia.
Preocupações com estabilidade regional
“Uma eventual intervenção militar na Venezuela poderia desencadear uma série de problemas para o Brasil, incluindo uma possível guerra civil e o aumento do fluxo de refugiados nas fronteiras. A situação atual já apresenta desafios significativos com a recepção de venezuelanos em território brasileiro”, relembra a professora.
A professora destaca que o Brasil busca preservar a estabilidade regional através do diálogo diplomático. “Vamos tentar resolver as coisas de uma forma negociada e dialogada e não através de uma intervenção militar”, enfatiza Loss.
A especialista também ressalta a importância de considerar as consequências a longo prazo de qualquer ação militar. A ausência de um plano pós-intervenção e os impactos sobre a população venezuelana são fatores cruciais que justificam a posição brasileira em favor de soluções diplomáticas.