União Europeia planeja “muro de drones” para combater ameaça russa; entenda

Após semanas de repetidas incursões no espaço aéreo europeu, autoridades da União Europeia se reuniram na capital dinamarquesa, Copenhague na quarta-feira (1º), onde discutiram diversas medidas destinadas a proteger os céus do continente, incluindo uma iniciativa emblemática chamada “parede de drones”.

Líderes europeus estão trabalhando para elaborar um “Roteiro de Prontidão para a Defesa”, segundo uma fonte com conhecimento do assunto à CNN no início desta semana.

O roteiro incluirá quatro projetos de defesa, incluindo o muro de drones.

A iniciativa não seria um muro físico, mas sim uma rede em camadas de sistemas de detecção e interceptação, com base nas capacidades antidrones de cada país integrante da UE.

A ideia foi anunciada quando vários países europeus relataram incursões em seu espaço aéreo, com a maioria acusando ação russa. Em contrapartida, o Kremlin nega envolvimento.

“A Europa deve dar uma resposta forte e unida às incursões de drones da Rússia em nossas fronteiras”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, na terça-feira (30).

“E é por isso que vamos propor ações imediatas para criar o muro de drones como parte da Vigilância do Flanco Oriental. Devemos avançar juntos com a Ucrânia e com a Otan”, acrescentou von der Leyen.


Policiais em motocicletas em frente ao Palácio de Christiansborg antes da reunião informal de líderes da União Europeia em Copenhague, Dinamarca, em 30 de setembro
Policiais em motocicletas em frente ao Palácio de Christiansborg antes da reuniãO de líderes da União Europeia em Copenhague, Dinamarca, no dia 30 de setembro • NurPhoto/Getty Images via CNN Newsource

Como funcionaria o “muro de drones”

Os líderes europeus divulgaram poucas informações sobre como a iniciativa poderia realmente se concretizar ou quanto tempo levaria para ser implementada.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, alertou no início desta semana que o desenvolvimento de um muro de drones poderia levar pelo menos três ou quatro anos.

Já a primeira-ministra da Letônia, Evika Silina, disse a repórteres em Copenhague nesta quarta-feira (1°) que isso poderia levar muito menos tempo.

“Não precisamos de três anos e acredito que podemos fazer isso em um prazo muito menor”, disse ela.

Embora um muro de drones possa de fato ajudar a preencher a “lacuna” atualmente presente na defesa aérea da Otan, o conceito não é necessariamente novo, disse Rafael Loss, pesquisador de política em defesa, segurança e tecnologia do centro de pesquisa Conselho Europeu de Relações Exteriores, à CNN nesta quarta-feira (1°).

Um projeto chamado ESSI (Iniciativa Escudo Celeste Europeu), com o objetivo de reforçar a defesa aérea e antimísseis europeia, está em desenvolvimento há anos, destacou Loss. Apesar disso, ainda há diversas maneiras pelas quais o muro de drones poderia auxiliar os países da Otan e da União Europeia.

Ao expandir a rede de sensores ao longo do flanco leste da Otan, os países poderão identificar e rastrear potenciais incursões de drones com mais eficácia, sugeriu ele.

“Anteriormente, a defesa aérea da Otan era direcionada contra ameaças aéreas de movimento rápido – mísseis de aeronaves, mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, hipersônicos… mas não especificamente contra drones”, disse o pesquisador. “Isso está mudando lentamente como resultado do que vemos na Ucrânia.”

A Ucrânia é o “país mais experiente da Europa em termos de drones e de guerra antidrones”, afirmou Loss. Utilizar a expertise de consultores envolvidos nesse tipo de conflito poderia ajudar o restante do continente a entender a melhor maneira de combater os drones russos”.

A interceptação antidrone também poderia ser mais desenvolvida, sugeriu o pesquisador, com os países se afastando do combate a drones com sistemas de defesa caros, como os Patriots, e incorporando métodos de guerra eletrônica mais baratos, incluindo interferência, falsificação ou interrupção de sinais eletrônicos dos quais os drones dependem para funcionar.

Ameaça russa no espaço aéreo europeu

Sendo pequenos, baratos e capazes de causar danos significativos, os drones podem representar uma ameaça desproporcional aos países contra os quais estão sendo utilizados.

Além de causar danos físicos, os drones podem ser usados ​​para vigilância e também apresentam o risco de colisão com aeronaves enquanto voam.

Além disso, mesmo que um drone seja interceptado enquanto sobrevoa o espaço aéreo de um país, o pesquisador de política em defesa Rafel Loss destacou que “os destroços vão cair em algum lugar”.

“Se você interceptar sobre uma cidade, poderá salvar o alvo de alto valor que está tentando proteger, o parlamento, um hospital, uma usina elétrica ou algo parecido. Mas, ainda assim, os destroços cairão em algum lugar e potencialmente causarão danos a pessoas e propriedades”, explicou.

“É preciso complementar esses tipos de esforços defensivos, porque, novamente, existem enormes lacunas que precisam ser preenchidas, mas é preciso complementar esse esforço com uma rota paralela que aumente a capacidade ofensiva para que você possa atingir o outro lado”, disse Loss.

O Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, afirmou na terça-feira que um muro de drones é uma “excelente ideia”, “oportuna e necessária”, citando o custo como uma razão especialmente crucial para desenvolver a iniciativa.

“No fim das contas, não podemos gastar milhões de euros ou dólares em mísseis para eliminar os drones, que custam apenas alguns milhares de dólares”, disse ele.

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