Uma semana após a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortos, o governo federal intensifica movimentos para emplacar um projeto anti-facção, em meio a debates sobre alterações na lei antiterrorismo e com resgates de ideias e projetos voltados à segurança pública. Análise é de Clarissa Oliveira no Live CNN.
O cenário político evidencia uma disputa por protagonismo. De um lado, setores da direita pressionam pela mudança na lei antiterrorismo. Do outro, o governo busca recuperar espaço no debate político, reciclando estratégias que foram bem-sucedidas anteriormente. “Esta se transformou numa bandeira muito cara para a direita”, destaca a analista de Política da CNN. “A gente já vê um movimento do governo federal inclusive de tentar trazer de volta essa defesa da soberania nacional para dentro do debate da segurança pública”.
O governo tem articulado uma nova narrativa em relação ao PL do Terrorismo. Se antes a preocupação central era a possível criminalização de movimentos sociais, o argumento atual sugere que a classificação de organizações como terroristas poderia abrir brechas para interferências externas no Brasil.
Ministério da Segurança em Debate
Outra ideia que ressurge é a possível recriação do Ministério da Segurança Pública. A proposta, que já havia sido mencionada durante a campanha eleitoral, volta à pauta como uma possível meta para o próximo mandato. No entanto, mudanças imediatas são improváveis, considerando a atual estrutura unificada do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Esse ministério turbinado foi uma condição para convencer Ricardo Lewandowski a assumir a pasta”, lembra Clarissa. “Então ninguém vai recriar Ministério da Segurança Pública agora”.