Uma declaração incisiva de Gladson Cameli, nesta sexta-feira, ratificou a sua escolha pela vice, Mailza Assis, como candidata única do grupo em torno do governo nas eleições de 2026.
Sem citar nomes, Cameli afastou a intenção de chancelar outro nome, o que pode ter sido um recado ao prefeito da capital, Tião Bocalom, que afirmou que assumirá sua candidatura a governador no início do ano.
“Vou casar minha agenda com a da Mailza. Vamos andar de Assis Brasil a Marechal Thaumaturgo, da Foz do Breu até onde tiver que andar, para que não restem dúvidas sobre aquilo que eu tenho reafirmado por onde eu ando: eu renunciou ao mandato de governador no dia 4 de abril se tudo permanecer do jeito que está. Não vai ter mais essa conversa de ninguém ficar em cima do muro. Quem quer, quer. Quem não quer, tchau. Tudo na vida tem limites. O vice (de Mailza) quem escolherá sou eu. O governador sou eu. Não existe grupo A com grupo B. Nós somos um grupo só”, afirmou.
A resistência de Bocalom irrita o governo, que esperava reciprocidade após tê-lo apoiado para a reeleição, quando o engenheiro Marcus Alexandre (MDB) era apontado nas pesquisas como virtual prefeito de Rio Branco.
Cameli e Bocalom já não são vistos juntos com a frequência de antes e suas agendas se distanciaram uma da outra após o prefeito ter causado constrangimento dentro da aliança em três situações vexatórias:
1 – Negou apoio a Mailza, frente a frente com a vice-governadora
2 – Jamais prestigiou as agendas institucionais da vice-governadora, que é também secretária de Assistência Social e gerencia o Programa Juntos Pelo Acre, o maior voltado à promoção de cidadania e ajuda humanitária a famílias carentes nos 22 municípios
3 – E, por último, afirmou que ele próprio representa a direita conservadora no Acre, menosprezando o capital político de Mailza (apoiada por 17 prefeitos e a maioria das bancadas estadual e federal), e confirmando nos últimos dias que em janeiro de 2026 assumirá a candidatura de governador.
Mailza bancou a candidatura de Bocalom, no primeiro mandato dele, quando parte do Progressista apoiou a então candidata Socorro Neri.