Após operação, Haddad quer cooperação com EUA contra crime organizado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quinta-feira (27/11), que o Brasil deve buscar um acordo de cooperação com os Estados Unidos para o combate ao crime organizado. O ministro concedeu entrevista coletiva para falar sobre desdobramentos da operação “Operação Poço de Lobato” que teve como alvo uma refinaria do grupo Fit, que deve mais de R$ 26 bilhões em impostos e é investigado por fraude.

Conforme Haddad, alvos da “Operação Poço de Lobato” estariam atuando nos Estados Unidos para a realizar evasão de divisas e também a lavagem de dinheiro.

“Isso vai ser objeto de debate entre as autoridades brasileiras e estadunidenses para chegar a um acordo de cooperação nesse sentido (combate ao crime organizado)”, afirmou Haddad na manhã desta quinta (27/11).

O Estado de Delaware, nos Estados Unidos, afirmou Haddad, estaria sendo a base no exterior para operações ilegais. “Estão utilizando o estado de Delaware, nos Estados Unidos, para operações de lavagem de dinheiro. A operação envolve a abertura de dezenas empresas. No esquema, você faz um empréstimo para fundos e voltam (para o Brasil) os recursos na forma de aplicação”, descreveu o ministro que disse que só uma das operações ilegais teria sido no valor de R$ 1,2 bilhão.

Haddad afirmou ainda que o assunto do possível termo de cooperação com os EUA já foi repassado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Além disto, conforme o ministro, peças de reposição de armamentos têm partido dos Estados Unidos ilegalmente e chegado ao Brasil para abastecer o crime organizado.

“Você compra uma mercadoria e, no meio do contêiner, vêm as peças de reposição ou o próprio armamento. Isso está acontecendo no Brasil. Se nós tivermos um controle lá na saída e um aqui na entrada, vai aumentar a nossa eficiência (no combate ao crime)”, afirmou o ministro.

Projeto de Lei

O ministro da Fazenda também aproveitou a oportunidade para levantar novamente a defesa da aprovação do projeto de lei contra o devedor contumaz. O texto, que segundo o ministro “não é um projeto de oposição nem situação”, já foi aprovado no Senado e agora carece de apreciação na Câmara dos Deputados.

Em outro momento, o ministro voltou a frisar a necessidade do combate ao crime organizado por meio de inteligência investigativa e retirada de recursos financeiros.

“Todo mundo reconhece que se você não asfixiar financeiramente as organizações criminosas, você vai ter uma reposição de mão de obra na base, e você não vai dar conta do trabalho. Você precisa atuar também por cima”, pontuou.

A ideia de combater “o andar de cima” do crime organizado tem sido uma bandeira de Haddad nas últimas semanas. O ministro reforçou este discurso após a tramitação do Projeto de Lei (PL) Antifacção, que foi enviado pelo Executivo, mas alterado substancialmente pelo relator do texto, deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP). A proposta foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado Federal.

Poço de Lobato

A operação desta quinta tem como alvo uma empresa do setor de combustíveis  que teria causado prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal. São cumpridos 190 mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia, no Maranhão e no Distrito Federal.

Os alvos da operação são ligados ao Grupo Refit, dono da Refinaria Manguinhos, no Rio de Janeiro, e de outras empresas do setor de combustíveis. O grupo comandado pelo empresário Ricardo Magro é apontado como o maior devedor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) de São Paulo.

Os investigados nesta operação seriam os operadores de movimentações financeiras ilegais entre Brasil e Estados Unidos.



Fonte: Metrópoles

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