Pessoas com diabetes tipo 2 que tomam aspirina em dose baixa diariamente parecem ter menor risco de infarto, derrame e morte por doenças do coração. A conclusão vem de uma pesquisa publicada pela Associação Americana do Coração (AHA) nesta segunda-feira (3/11).
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O estudo analisou 10 anos de dados de 11,5 mil adultos com diabetes e risco moderado ou alto de problemas cardiovasculares. Através dos resultados, os pesquisadores observaram que quem usava aspirina regularmente teve menos infartos (42,4%), menos derrames (14,5%) e menor mortalidade geral (33%) do que quem não usava o medicamento, que apresentou taxas de 61,2%, 24,8% e 50,7%, respectivamente.
Esses benefícios apareceram tanto em pessoas com controle ruim da diabetes quanto naquelas com níveis de glicose mais equilibrados — embora o efeito tenha sido mais forte entre quem mantinha a glicemia sob controle.
Para os cientistas, a investigação mostrou que a aspirina pode ter papel protetor em diabéticos que ainda não tiveram um evento cardiovascular, algo que sempre foi motivo de debate entre médicos. Hoje, o remédio é recomendado apenas para prevenção secundária — ou seja, em quem já teve infarto ou AVC.
Apesar dos achados, os autores reforçam que a pesquisa é observacional, baseada em registros médicos, e não prova que a aspirina foi a causa direta da redução de eventos.
Também não houve avaliação detalhada sobre possíveis efeitos colaterais, como sangramentos, que são um risco conhecido do uso contínuo do medicamento.
Os resultados reforçam a necessidade de mais estudos clínicos antes de qualquer recomendação ampla. Por enquanto, especialistas alertam que ninguém deve começar a usar aspirina sem orientação médica, já que o equilíbrio entre benefícios e riscos varia de pessoa para pessoa.
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Fonte: Metrópoles
