O dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, 72, sambou pela primeira vez, nesta semana, após passar meses em uma cadeira de rodas.
O vídeo do momento foi publicado por Cela Miranda, fisioterapeuta do dançarino.
“Um dia pra guardar no coração. Daquelas experiências que a gente sabe, na hora, que vai lembrar pra sempre”, iniciou a fisioterapeuta na legenda da publicação no Instagram.
“Tive a alegria e a honra de participar ativamente da sessão de fisioterapia de Carlinhos de Jesus, justamente na fase em que se coloca o paciente para treinar dentro da sua função, no caso dele, a dança, que é o que ele ama, respira e mais sabe fazer. Foi emocionante demais ver quando a música começou, o corpo inteiro dele respondeu imediatamente”, continuou.
“E é impossível não falar do quanto sou apaixonada pelo método PNF: O método nos ensina a levar o paciente sempre ao seu nível de atividade e participação, de forma individualizada, explorando o potencial máximo que cada um tem em cada fase da reabilitação. Ver o corpo e a mente se reconectando através do movimento é algo que sempre me emociona — e hoje, presenciar isso em alguém que dedica toda sua vida à dança e a arte, foi simplesmente inesquecível”, concluiu.
Entenda condição de Carlinhos de Jesus
Carlinhos foi diagnosticado com neuropatia radiculopática desmielinizante crônica, que afeta a bainha de mielina dos nervos e vem causando perda de força e paralisia nas pernas.
O diagnóstico veio há alguns meses, quando ele começou a sentir fortes dores na perna direita e instabilidade para se firmar de pé. Foi constatada bursite trocantérica bilateral, complicada com tendinite nos glúteos, o que tem feito ele se locomover em uma cadeira de rodas.
“Já aprendi a lidar com a doença. Minha mulher é médica e eu pedi para me explicar, me falar direito, já que teria que conviver com isso”, disse. “Todo o revestimento dos nervos vai se desfazendo. Os nervos ficam sem proteção e sem comunicação“, explicou.
Carlinhos, que pode ser visto toda semana no “Domingão com Huck” como jurado técnico do quadro “Dança dos Famosos“, ressaltou a importância da dança para todos. “Hoje eu digo com propriedade que qualquer corpo dança. Nos anos 1980, eu tive a curiosidade de ver qual a possibilidade de uma pessoa com Síndrome de Down dançar. Eu não pensava ‘ela não pode dançar’, pensava: ‘o que eu consigo fazer com o pouco que ela tem?’. Depois eu fiz a mesma coisa com pessoas com deficiência visual, com deficiência auditiva e, por último, pessoas com deficiência física”.
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