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Centrão vê chance de pressionar por nome ao Planalto fora do clã Bolsonaro

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Centrão vê chance de pressionar por nome ao Planalto fora do clã Bolsonaro

O centrão vê na prisão de Jair Bolsonaro (PL) e na violação da tornozeleira eletrônica uma chance de intensificar a pressão pra emplacar um nome de fora da família Bolsonaro na eleição presidencial. O preferido segue sendo o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) — em cenário ideal, com alguém do próprio centrão de vice.

A ideia não é romper com Bolsonaro — até porque isso aumentaria as chances de uma derrota —, mas, sim, tomar as rédeas da centro-direita com um candidato mais moderado e afeito aos interesses do grupo. O centrão pressiona por um aval do ex-presidente até o fim do ano.

A família Bolsonaro, no entanto, resiste às articulações e quer manter o controle do espólio eleitoral.

“Falamos sobre 2026, e o recado é que vamos estar mais fortes e unidos do que nunca. Todas as decisões serão tomadas ouvindo as lideranças locais e reportando a nosso líder maior, que é Bolsonaro. (…) Não tem limite de tempo [para definir o substituto de Bolsonaro em 2026] e só vai acontecer quando sair da boca do ex-presidente Bolsonaro o que ele pensa”, declarou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O senador era cotado como possível sucessor do pai. Mas viu o capital político se enfraquecer depois de entrar na mira do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, por ser o organizador da vigília para supostamente facilitar uma possível fuga do ex-presidente.

A prisão em uma sala da PF (Polícia Federal) dificulta as conversas sobre a sucessão – e essa demora afeta articulações estaduais que dependem da palavra final de Bolsonaro, como as chapas ao Senado em Santa Catarina e no Distrito Federal.

Enquanto isso, governadores de direita, como Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, seguem a postos e já negociam marqueteiros para reforçar a pré-campanha.

O próprio PL busca qual caminho seguir. Nesta segunda-feira (24), parlamentares da sigla, Michelle Bolsonaro e filhos do ex-presidente se reuniram pra definir a estratégia do grupo.

A oposição voltou a insistir na aprovação do projeto de anistia, mesmo que não haja consenso sobre a abrangência e o momento da medida. O PL não descarta apoiar a votação da redução de penas e tentar ampliar o perdão direto no plenário da Câmara.

Para avançar com o tema, deputados do PL apostam no racha entre o governo e a cúpula do Congresso.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), está irritado com o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), e com a escolha do presidente Lula por Jorge Messias ao Supremo. Alcolumbre afirmou que a votação da indicação será “no momento oportuno”, sem previsão real.

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por sua vez, criticou publicamente o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), por discordar de atitudes dele.

Mesmo assim, uma anistia ampla é rejeitada pelo Supremo e, dentro do Congresso, há quem veja a iniciativa como uma afronta à Corte — que nem todos querem bancar. Já mudanças na dosimetria das penas poderiam ser mais bem aceitas.

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