A candidata Jeannette Jara, da coalizão da esquerda, e José Antonio Kast, do Partido Republicano, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais do Chile, segundo resultados divulgados neste domingo (16) pelo Serviço Eleitoral do Chile (Servel).
Com 94,59% das urnas apuradas, Jara obteve 26,78% dos votos, enquanto Kast ficou com 24,02%, por volta das 22h35. Portanto, a diferença entre os candidatos foi de apenas 2%.
Em terceiro lugar, surpreendentemente, ficou o candidato Franco Parisi, do Partido Popular, com 19,59%.
Foi uma vitória muito apertada para Jara, ficando aquém do que algumas pesquisas previam e deixando-a bem longe do limite necessário para vencer a presidência no primeiro turno.
De acordo com a lei eleitoral chilena, para vencer a presidência, um candidato precisa obter mais de 50% dos votos. Portanto, haverá um segundo turno em 14 de dezembro entre Jara e Kast.
Após o anúncio dos resultados preliminares, Jara agradeceu aos seus apoiadores pelo apoio na primeira rodada e pediu que eles promovessem “uma mensagem de esperança e de futuro”.
“Acredito que o Chile é um grande país, e não podemos nos esquecer disso. Não vamos permitir que nos façam acreditar no contrário. A democracia deve ser protegida e valorizada. Custou-nos muito para recuperá-la, e não podemos permitir que ela seja colocada em risco hoje”, disse Jara.
A direita se alinha com Kast
Kast recebeu rapidamente o apoio dos candidatos Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário (13,93%), e Evelyn Matthei, da União Democrática Independente (12,56%), o que pode aumentar a margem de votos no 2º turno.
No 1º turno, Kaiser e Matthei juntos obtiveram mais de 50% dos votos entre os três candidatos neste domingo (16).
Durante seu discurso de agradecimento, Kast se dirigiu aos seus apoiadores, acompanhado por Matthei, que momentos antes havia reconhecido a derrota após terminar em quinto lugar.
O atual presidente do Chile, Gabriel Boric, por sua vez, parabenizou Jara e Kast por avançarem para o segundo turno das eleições presidenciais no país sul-americano.
Em mensagem à nação, Boric pediu que ambos os candidatos “tivessem um debate de alto nível”, no qual fossem propostas soluções para os principais problemas do Chile.
“Nosso país pode afirmar e celebrar a força, a confiabilidade e o funcionamento eficaz de seus processos eleitorais. O Chile possui uma democracia saudável e robusta que devemos continuar a proteger todos os dias. As instituições democráticas chilenas devem continuar a ser fortalecidas”, disse ele, antes de pedir “um debate de alto nível” entre os dois candidatos.