Conheça as armas usadas pelos EUA para atacar barcos no Caribe e Pacífico

As Forças Armadas dos Estados Unidos iniciaram em setembro uma campanha contra supostas embarcações de tráfico de drogas no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe.

A operação conta com diversos tipos de drones, aviões de artilharia e caças, segundo fontes familiarizadas com os recursos empregados.

De acordo com as fontes, a maioria dos ataques foi realizada com drones MQ-9 Reaper, aeronaves pilotadas remotamente utilizadas pelos militares e tipicamente armadas com mísseis Hellfire.

Outros ataques foram conduzidos por aeronaves tripuladas, incluindo aviões de artilharia AC-130J e caças.

Até o momento, o Pentágono não reconheceu publicamente quais aeronaves ou equipamentos militares estão sendo utilizados para realizar os ataques.

Desde o início de setembro, os militares americanos mataram dezenas de pessoas em ataques que destruíram 20 embarcações. A ofensiva foi parte de uma campanha que Washington afirma ter como objetivo reduzir o fluxo de drogas para os Estados Unidos.

As Forças Armadas americanas concentraram muitos de seus recursos em Porto Rico, incluindo os drones MQ-9, caças F-35 e pelo menos um avião de artilharia AC-130J. Todos têm alcance limitado e provavelmente estão sendo utilizados para os ataques no Caribe.

O avião de artilharia foi avistado em 9 de outubro armado com mísseis de precisão para atingir alvos terrestres, segundo uma reportagem da CNN.

Atividade militar americana

Na semana passada, um avião de artilharia AC-130J operado pela Força Aérea dos EUA foi identificado em El Salvador, na CSL (Base de Segurança Cooperativa Comalapa), conforme fotos e imagens de satélite obtidas pela CNN.

As instalações tanto em Porto Rico quanto em El Salvador estão registrando uma atividade militar americana altamente incomum.

A Estação Naval Roosevelt Roads em Porto Rico, uma instalação militar americana que estava desativada desde 2004, agora está novamente em operação, segundo imagens de satélite e fotos tiradas na base.

E embora a instalação no Aeroporto Internacional de El Salvador tenha regularmente recebido aeronaves de vigilância e reconhecimento desde sua criação em 2000, o posto havia sido usado quase exclusivamente para aeronaves não armadas até recentemente, segundo o Comando Sul dos Estados Unidos.

A localização da instalação próxima à costa de El Salvador a coloca em posição única para desempenhar um papel na campanha americana no Oceano Pacífico.

Anteriormente, a maioria das embarcações suspeitas de contrabando que transitavam pelo Pacífico estaria muito distante dos tipos de aeronaves de ataque que, segundo fontes, têm sido utilizadas na campanha. Todas com alcance limitado e baseadas em Porto Rico ou no território continental dos EUA.

“A operação a partir de Comalapa oferece mais opções e permite a vigilância e defesa de uma área muito mais ampla do Oceano Pacífico — por onde passa grande parte da cocaína traficada em direção aos Estados Unidos”, explicou Dr. Ryan Berg, diretor do Programa das Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Mísseis Hellfire

Antes dos Estados Unidos começarem a atacar supostas embarcações de drogas em setembro, a CSL Comalapa desempenhava um papel diferente no combate ao tráfico de narcóticos, abrigando aeronaves de vigilância marítima, incluindo um P-8A da Marinha e um P-3 Orion operado pela CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras).

Os MQ-9 Reapers, dos quais pelo menos sete estão baseados em Porto Rico, conforme fotos capturadas em Aguadilla, são predominantemente utilizados para atingir alvos com mísseis AGM-114 Hellfire.

Essa é uma arma originalmente projetada para destruir tanques inimigos, mas que se tornou um recurso fundamental para operações militares com drones contra diversos alvos terrestres.

O AC-130J pode transportar o Hellfire, mas é principalmente armado com canhões de grande porte. A arma, vista em fotografias obtidas pela CNN em El Salvador, tinha dois canhões visíveis no lado esquerdo da aeronave — incluindo um obus de 105mm (peça de artilharia projetada para disparar projéteis).


Em dezembro de 2023, pessoal de manutenção da Guarda Nacional Aérea dos EUA inicia o carregamento de mísseis AGM-114 Hellfire na plataforma de carga ativa da Base Aérea de March, na Califórnia • Sargento técnico Joseph Pagan/Guarda Nacional Aérea dos EUA/Arquivo via CNN Newsource

O Pentágono mudou sua estratégia nas últimas semanas para atacar com mais frequência supostos narcotraficantes no Oceano Pacífico Oriental, em vez do Mar do Caribe.

Isso porque autoridades acreditam ter evidências mais sólidas ligando o transporte de cocaína para os EUA através dessas rotas ocidentais, segundo informou a CNN.

As informações de inteligência sugerem que é muito mais provável que a cocaína seja traficada da Colômbia para o México e eventualmente para os Estados Unidos, do que da Venezuela, origem de alguns dos barcos alvejados no Caribe.

Parlamentares têm buscado respostas do departamento de defesa americano sobre quanto a campanha antinarcóticos está custando aos contribuinte.

Mas, as autoridades que informaram o Congresso nas últimas semanas não forneceram um valor total, segundo as fontes.

Custo das ofensivas

Autoridades da administração americana reconheceram que cada ofensiva tipicamente custa centenas de milhares de dólares, considerando o custo por hora de voo da plataforma e o valor da munição utilizada.

Um míssil Hellfire, por exemplo, custa aproximadamente US$ 150 mil, e drones Reaper custam cerca de US$ 3.500 por hora de voo.

Um F-35 custa aproximadamente US$ 40 mil por hora de voo.

O custo por hora de voo de uma aeronave AC-130J não é público, mas seu antecessor, o AC-130U, que foi descontinuado em 2019, custava mais de US$ 40 mil por hora de voo.

Identidades das pessoas a bordo

O direcionamento dos ataques está sendo realizado por uma célula conjunta do Comando Sul dos EUA e do Comando de Operações Especiais, com contribuições da comunidade de inteligência, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.

No entanto, surgiram questionamentos sobre se todas as pessoas eliminadas são realmente integrantes ou mesmo afiliadas a uma das dezenas de cartéis de drogas que Washington designou como organizações terroristas.

Em diversas reuniões com o Congresso, incluindo uma na semana passada, autoridades da administração admitiram que não necessariamente conhecem as identidades de cada pessoa a bordo das embarcações antes de atacá-las.

Em vez disso, os ataques são conduzidos com base em informações de inteligência que vinculam as embarcações a um cartel ou organização criminosa específica, conforme reportado pela CNN.

Enquanto isso, ativos militares adicionais estão se dirigindo ao Caribe, incluindo o Grupo de Ataque do Porta-aviões Ford.

Uma porcentagem significativa de todos os ativos navais americanos implantados globalmente está localizada no Comando Sul dos EUA desde o mês passado.

Autoridades da administração informaram ao Congresso que o Ford está se movendo para a região para apoiar operações antinarcóticos e realizar coleta de inteligência, segundo duas fontes.

Entretanto, seu deslocamento para a região está levantando questões sobre se o presidente Donald Trump poderá em breve lançar ataques contra a Venezuela.

Em um briefing no mês passado, dois oficiais superiores das Operações Especiais dos EUA não conseguiram explicar por que a administração precisava de tantos ativos militares poderosos estacionados no Caribe apenas para explodir pequenas embarcações, segundo uma fonte familiarizada com a sessão a portas fechadas no Capitólio.

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