O cenário geopolítico atual tem criado obstáculos significativos para as negociações climáticas na COP30, em Belém. Durante sua participação no WW, Claudio Angelo, coordenador de Política Internacional do Observatório do Clima, afirmou que “2025 não é um bom ano para salvar o planeta.”
Segundo ele, o momento atual não é favorável para decisões cruciais sobre o clima. “Os Estados Unidos, o maior devedor climático da história e maior produtor de combustíveis fósseis do mundo, resolveram solapar a própria ordem multilateral sobre a qual a Convenção do Clima e o Acordo de Paris puderam existir”, afirma o especialista.
Esse movimento traz repercussões à COP30. Angelo cita o bloco de países LMDC (Like Minded Developing Countries), que inclui Índia, Arábia Saudita e Bolívia, como um exemplo. O grupo tem se mostrado resistente a mudanças e ganhou força considerável nas negociações devido ao declínio da liderança da União Europeia e à ausência dos Estados Unidos.
O especialista relembra que o presidente Lula (PT) apenas sugeriu uma discussão sobre a implementação de decisões tomadas em Dubai, nos Emirados Árabes, há dois anos, e, mesmo assim, encontrou forte resistência. “A sugestão envolvia identificar barreiras e facilitadores para que os países reduzam sua dependência de combustíveis fósseis”, conclui.

