A megaoperação deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (17) teve início a partir da prisão, em 9 de maio deste ano, de um homem apontado como referência em desbloqueio de celulares, especialmente por realizar o serviço remotamente. A ação foi conduzida pela DRCPIM (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial), dentro da Operação Rastreio.
O suspeito também ministrava cursos on-line ensinando técnicas de desbloqueio de diferentes modelos, além de orientar alunos sobre a remoção de IMEIs da “blacklist” da Anatel e de operadoras — procedimento utilizado para reativar aparelhos roubados e permitir que eles voltassem a funcionar na rede.
Segundo o delegado Victor Arthur T. Diegues, titular da DRCPIM, esse levantamento foi essencial para expandir a investigação.
“A partir dessa prisão, identificamos dezenas de pessoas que utilizavam o serviço desse indivíduo em todo o Brasil. Ele atendia ao menos 11 estados, afirmou.
Na época, na residência do investigado, os agentes apreenderam três notebooks, cerca de 15 celulares, um simulacro de pistola e um bloqueador de sinal (jammer), equipamento usado em roubos de carga para impedir rastreamento. A análise dos dispositivos e do conteúdo encontrado levou os investigadores a identificar uma rede de “clientes” distribuída por todo o Brasil. Eles enviavam aparelhos roubados ao criminoso para desbloqueio e reintrodução no mercado, muitas vezes por meio de lojas, boxes e quiosques.
De acordo com a Polícia Civil, parte dos investigados utilizava o desbloqueio para acessar dados sensíveis das vítimas, o que permitia, por exemplo, abertura ilegal de contas bancárias, acesso a aplicativos financeiros, contratação de empréstimos fraudulentos e movimentação de valores.
As informações levantadas a partir da prisão em maio sustentaram a operação de hoje (17), que cumpre 132 mandados de busca e apreensão. O balanço parcial aponta 32 presos, cerca de 2.500 celulares recuperados, além da apreensão de HDs, computadores, cartões bancários clonados e R$ 52 mil em espécie.
Ao todo, 420 agentes participam da ação, que integra a terceira fase da Operação Rastreio. Ao longo do programa, mais de 10 mil celulares foram recuperados, sendo 2.800 devolvidos aos seus proprietários. Mais de 700 pessoas já foram presas por envolvimento em roubo, furto ou receptação de aparelhos.
A Polícia Civil informou que, nesta terça-feira, serão devolvidos 1.600 celulares recuperados em ações na capital, Baixada Fluminense e interior.
