Dor de crescimento atinge até 37% das crianças. Entenda o incômodo

Durante a infância e a adolescência, o corpo passa por várias transformações. Ossos, músculos e articulações crescem em ritmos diferentes, o que pode causar a dor de crescimento, geralmente sentida nas pernas. Estima-se que até 37% das crianças tenham as dores, e é preciso atenção para diferenciar o que faz parte do desenvolvimento natural e o que pode indicar um problema ortopédico mais sério.

As dores de crescimento costumam aparecer no fim do dia, após atividades físicas, ou à noite. Normalmente, desaparecem pela manhã e não deixam sequelas. Ainda assim, o incômodo pode preocupar pais e cuidadores, principalmente quando surge de forma frequente ou limita as atividades diárias da criança.

Leia também

Por que o crescimento causa dor

Durante o estirão — fase em que o crescimento é mais rápido — os ossos podem se alongar antes que músculos e tendões consigam acompanhar. Essa diferença de ritmo cria tensão nas articulações e nas regiões de inserção muscular.

Além disso, o corpo em desenvolvimento passa por mudanças na forma de andar e de se equilibrar. Como o comprimento das pernas e dos músculos muda em pouco tempo, é comum que a criança adote uma marcha diferente, com passos mais curtos ou postura alterada, até que o corpo se adapte novamente.

“Essas mudanças na marcha e na postura aumentam a sobrecarga nas articulações e nos músculos, o que explica parte do incômodo relatado durante o estirão”, explica a ortopedista Juliana Munhoz, de São Paulo.

Quando o crescimento ocorre de forma acelerada, é comum que a biomecânica corporal mude temporariamente. A criança pode sentir dor nos joelhos, pernas e calcanhares, principalmente após atividades intensas. Em geral, esses sintomas são passageiros e não interferem no dia a dia.

Sinais de alerta da dor de crescimento

Especialistas ouvidos pelo Metrópoles explicam que a dor de crescimento costuma ser bilateral, intermitente e sem sinais inflamatórios — ou seja, não há febre, inchaço ou limitação para brincar e se movimentar.

Mesmo assim, alguns sintomas fogem do padrão e exigem investigação médica. Entre os sinais de alerta, destacam-se:

  • Dor em apenas um lado do corpo, especialmente se for persistente e progressiva.
  • Desconforto que acorda a criança durante a noite, de forma repetida.
  • Presença de febre, perda de peso ou cansaço excessivo, que podem indicar doenças sistêmicas.
  • Inchaço, calor local ou rigidez matinal prolongada, sugerindo inflamação articular.
  • Dificuldade para andar, mancar ou limitar movimentos, mesmo após o repouso.

Esses sinais podem indicar inflamações, infecções ou doenças ósseas que requerem exames específicos. Radiografias, ultrassonografias e, em casos mais complexos, ressonâncias magnéticas ajudam a descartar fraturas, alterações no alinhamento dos membros ou lesões articulares.

Papel da atividade física na dor de crescimento

Tanto o excesso quanto a falta de movimento podem contribuir para o aparecimento de dores musculoesqueléticas. Crianças muito sedentárias tendem a apresentar fraqueza muscular e sobrecarga nas articulações.

Já a prática esportiva sem preparo adequado pode causar inflamações em tendões e nas regiões de crescimento ósseo. A postura também interfere no desenvolvimento equilibrado do corpo, influenciando a forma como o peso é distribuído.

Foto colorida de crianças alongando - Dor de crescimento: entenda causas e quando buscar ajuda médica - MetrópolesAlongamentos, postura correta e calçados adequados ajudam a prevenir dores musculoesqueléticas em fases de crescimento

Importância do acompanhamento durante o crescimento

A avaliação periódica é essencial nas fases de estirão. Consultas de rotina ajudam a identificar desequilíbrios posturais, sinais de sobrecarga e alterações de marcha que podem ser corrigidas precocemente.

“Observar a criança ao longo do crescimento permite não apenas acompanhar a dor, mas também ensinar estratégias simples de alívio, como alongamentos e exercícios leves, que reduzem a frequência e a intensidade das crises”, destaca a pediatra Ana Carolina Viegas, do Rio de Janeiro.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!



Fonte: Metrópoles

Waack: Corrupção, megaoperação e a atuação do STF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes percebeu possíveis irregularidades na megaoperação realizada no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho....

Autoridades mexicanas entram em confronto com grupo armado em Sinaloa

Autoridades do estado de Sinaloa, na costa do Pacífico do México, foram atacadas por um grupo armado nesta segunda-feira (3). O incidente deixou 13...

Missão do Japão fará auditoria final para liberar carne bovina brasileira

Uma comitiva do governo do Japão virá ao Brasil, em novembro, para realizar a auditoria final nos frigoríficos brasileiros que pode, enfim, concluir a...