A prova de Inglês do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2025, aplicada neste domingo (9), manteve seu perfil tradicional, mas apresentou um ligeiro aumento de dificuldade em algumas questões, especialmente no vocabulário.
Essa foi a avaliação do professor Aleksander Brunhara, do Objetivo, durante a correção extraoficial transmitida pela CNN Brasil, logo após o primeiro dia do exame. O candidato pôde escolher entre fazer a prova de inglês ou de espanhol.
Brunhara disse que pelo menos duas questões trouxeram textos com vocabulário um pouco mais exigente do que o habitual, citando o uso de palavras menos comuns. No entanto, ele ressaltou que essa característica não inviabilizou a compreensão global dos textos, uma habilidade que o Enem tradicionalmente cobra dos candidatos.
A interpretação do texto, segundo o professor, continua sendo o ponto central da prova. “O Enem não exige que o aluno saiba traduzir palavra por palavra, mas que entenda o propósito do texto.”
Brunhara também ofereceu uma dica valiosa: “Quando você elimina o que está fora do contexto, já está mais perto da resposta certa”, destacando a eficácia das estratégias de eliminação de alternativas.
A prova de Inglês abordou uma variedade de temas sociais e culturais. Um dos textos analisados discutia o papel da filosofia e sua relevância na vida cotidiana, exigindo do estudante a capacidade de identificar a função do texto de aproximar o conhecimento filosófico dos problemas sociais.
Outra questão trouxe um poema sobre a relação entre seres humanos e natureza, com uma mensagem de igualdade racial e pertencimento à Terra. “É um poema bonito, que reforça a ideia de que todos viemos do mesmo lugar”, disse o professor.
Embora o vocabulário dessa questão fosse mais acessível, Brunhara alertou: “Quando o vocabulário é fácil, desconfie. Pode ser que o Enem queira testar se o aluno lê nas entrelinhas.”
Interpretação de imagens
O exame também incluiu textos de leitura rápida, como uma imagem que associava o consumo de café à quantidade de sono. Para o professor, essa questão exemplificava bem a habilidade de interpretação de mensagens visuais.
“Era uma questão gostosa de fazer, que pedia apenas perceber a lógica: quanto menos você dorme, mais café precisa”, comentou, em tom bem-humorado.
Entre as questões consideradas mais complexas, Brunhara destacou um texto sobre apropriação cultural no Halloween, no qual o autor criticava o uso de fantasias indígenas de forma estereotipada.
Segundo ele, o texto exigia atenção a expressões mais avançadas, mas o sentido crítico era claro: “O objetivo era criticar a exploração indevida de elementos da identidade indígena.”
Outra questão abordou o conceito de “geração snowflake” — expressão usada para definir jovens considerados sensíveis e pouco resilientes. O texto questionava o modo como a sociedade cria seus filhos e a forma como eles lidam com frustrações. “Resiliência não é sobre alimentar o ego, mas fortalecê-lo.
Ao final de sua análise, o educador avaliou que a prova de Inglês seguiu a tradição do Enem, equilibrando temas sociais, textos poéticos e críticas culturais. Ele afirmou que estudantes com um bom ensino de base conseguiram se sair bem, especialmente aqueles que desenvolveram estratégias de leitura global e contextual.
“Quem estudou interpretação de texto e não se prendeu à tradução literal teve condições de resolver bem a prova.”
Live CNN e gabarito do 2º dia
A CNN Brasil vai transmitir nova live no dia 16 de novembro, a partir das 20h, com a correção extraoficial das provas feita por professores de biologia, química, física e matemática do Objetivo.
Os gabaritos extraoficiais das provas de ciências da natureza e matemática também estarão disponíveis no site da CNN após o fim da aplicação do Enem.
Clique abaixo para ativar o sininho da live!
