Após um referendo impulsionado pelo governo do presidente do Equador, Daniel Noboa, milhares de equatorianos rejeitaram a permissão para a instalação de bases militares estrangeiras no país e a elaboração de uma nova Constituição nacional, neste domingo (16).
A consulta popular incluiu também perguntas sobre a redução do número de congressistas na Assembleia Nacional (de 151 para 73) e a eliminação do financiamento público dos partidos políticos, iniciativas que também foram rejeitadas na votação.
O resultado marcou uma reviravolta para Noboa, que foi reeleito em abril e pretendia endurecer sua luta contra o crime organizado em uma postura apoiada pelos Estados Unidos.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, disse em conferência de imprensa que com mais de 65% dos atos apurados, há “uma tendência marcada nas quatro perguntas”.
Os resultados preliminares da CNE, com 73% dos atos contabilizados, mostram que o “Não” se impõe com uma ampliação de vendas (61,6%) para a proposta constituinte.
A iniciativa relativa à instalação de bases militares estrangeiras foi rejeitada com 60,55%. A distância é mais curta para as perguntas sobre o financiamento dos partidos (58%) e o número de cadeiras na Assembleia Constituinte (53,4%).
“O povo equatoriano disse NÃO a Noboa, às suas mentiras, à sua corrupção, à sua incapacidade e à sua prepotência”, disse em X o ex-presidente Rafael Correa, que propôs a criação da Constituição vigente.
Por sua parte, Noboa aceitou os resultados. “Nosso compromisso não muda; ele se fortalece. Continuaremos lutando sem descanso pelo país que você merece, com as ferramentas que temos”, disse em suas redes sociais.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral do Equador, mais de 80% dos 13,9 milhões de pessoas habilitadas votaram neste domingo (16) em um pleito que se aconteceu sem incidentes de gravidade.
Diana Atamaint, presidente do CNE, classificou-se como um “êxito total” na realização da votação.
Consultada pela CNN antes da publicação dos primeiros boletins, expressou: “Esperamos a maturidade política para aceitar os resultados, que não será outra coisa senão o campo refletido do voto depositado nas urnas”.

