A recente operação policial realizada no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, reacendeu o debate sobre como proteger crianças e adolescentes da influência do crime organizado nas comunidades. Com escolas e serviços essenciais fechados durante operações, a vulnerabilidade social se torna ainda mais evidente.
Em entrevista à CNN, Glaucya Lima, coordenadora do projeto Bem Me Quer, que atua no Complexo do Alemão, destaca que a educação é fundamental para transformar essa realidade. “Acreditamos especificamente que a educação vai transformar esse movimento. Dando oportunidade e estudo a eles, informação de outros tipos, de outras formas, teremos qualidade de vida, melhores condições”, afirma.
O papel das ONGs nas comunidades
Um dos principais desafios enfrentados é o período ocioso após o horário escolar. Lima explica que as organizações não governamentais desempenham papel crucial neste contexto: “Quando a gente coloca uma educação continuada no horário que as crianças saem às 14h25 da escola, e a tarde não acabou, aí entramos com projetos sociais que abraçam esse grupo”.
A coordenadora ressalta que muitas crianças são filhos de mães solo, que trabalham durante o dia, deixando os pequenos sozinhos ou sob cuidados de outros menores. As ONGs preenchem essa lacuna oferecendo atividades esportivas, culturais e educacionais, evitando que fiquem expostos às influências negativas da comunidade.
“A comunidade é muito mais que um fuzil, é um grupo amoroso, solidário. Tem tanta gente do bem ali dentro querendo só uma oportunidade”, destaca Lima. Segundo ela, quando essas oportunidades são oferecidas, as crianças e jovens as aproveitam com determinação, demonstrando que o caminho para a transformação social passa pelo acesso à educação, cultura e lazer.
