A demência é um dos maiores desafios da medicina para idosos. Embora não haja cura conhecida, já se sabe que hábitos de vida saudáveis podem reduzir o risco de desenvolvê-la ou retardar o avanço dos sintomas. Neste cenário, a dieta tem um papel primordial e um estudo pode ter revelado um saboroso aliado para incluir no cardápio: o queijo.
O consumo de queijo foi associado à redução das chances de desenvolvimento da demência em um estudo publicado em outubro na revista Nutrients. Pesquisadores da Universidade de Niimi, no Japão, analisaram, ao longo de três anos, como o consumo semanal do laticínio afetava a cognição dos idosos e indicaram que aqueles que consumiam mais vezes por semana o alimento tinham um risco levemente menor de demência.
A pesquisa foi feita com 7.914 participantes em diversas regiões do país asiático entre 2019 e 2022. Eles foram separados em dois grupos numericamente iguais: os que consumiam queijo pelo menos uma vez por semana e os que não comiam de forma alguma.
Entre os participantes do grupo que consumia queijo, foram registrados 134 casos de demência. A taxa ficou em 3,4%. Já entre os voluntários que evitavam o alimento, foram relatados 176 casos. O índice chegou a 4,5%. A diferença representa cerca de 11 ocorrências a mais em cada mil indivíduos.
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Por que o queijo pode ter esse poder especial?
Embora o estudo seja observacional, os pesquisadores sugerem que características nutricionais do queijo podem explicar parte da associação. O alimento contém vitamina K, ligada à saúde cerebral, e também apresenta bactérias que afetam o intestino, o que influencia no declínio cognitivo.
Pesquisas anteriores reunidas pelos médicos japoneses também indicam que laticínios fermentados ajudam o sistema cardiovascular a lidar com acúmulos de gordura, que podem estar associados a acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e, consequentemente, demências.
Ainda assim, eles destacam que a variação é pequena e fazem a ressalva de que ela não indica relação de causa e efeito direta. Para os pesquisadores, o impacto pode ser modesto no aspecto individual, mas eles destacam que incentivar o consumo de queijo em políticas coletivas poderia trazer impactos reais no dia a dia.

Cuidado com o tipo de queijo
Os autores do estudo destacam que incluir queijos na alimentação podem trazer diversos benefícios para além do combate à demência. Os produtos são fontes importantes de cálcio e vitamina D, que ajudam a melhorar a saúde óssea, prevenindo o aparecimento de osteoporose em adultos.
Eles alertam, porém, para a importância de se escolher derivados do leite menos gordurosos para incluir na dieta. Segundo eles, os resultados de benefícios poderiam ser mais evidentes se as pessoas comessem queijos mais saudáveis e com maior frequência.
No grupo dos que eram consumidores, a maioria relatou comer queijo apenas de uma a duas vezes por semana (72,1%). Além disso, em relação ao tipo de queijo, o processado foi o mais consumido (82,7%), seguido pelos de mofo branco, como o brie e o camembet (7,8%) e pelo fresco (3,9%).
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Fonte: Metrópoles
