A projeção de crescimento da economia brasileira em 2025 caiu de 2,3% para 2,2%, segundo relatório divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (13/11).
A revisão está relacionada ao resultado abaixo do esperado observado para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre comparativamente ao projetado em setembro, repercutindo canais potentes de transmissão da política monetária ao crédito e atividade.
Para 2026, a previsão de crescimento permaneceu em 2,4%, repercutindo desaceleração da atividade agropecuária, mas maior expansão da indústria e dos serviços comparativamente a 2025.
A pasta justificou que, o pagamento de precatórios desde julho e o aumento no ritmo de concessões de crédito consignado ao trabalhador privado nos últimos meses ajudaram a contrabalancear a retração real do crédito bancário e o enfraquecimento gradual no mercado de trabalho.
Os dados sobre o avanço da economia brasileira fazem parte do Boletim Macrofiscal de Novembro, divulgado pela SPE. O Macrofiscal é um relatório bimestral responsável por divulgar as projeções de curto e médio prazo para os indicadores de atividade econômica e de inflação, utilizados no processo orçamentário da União.
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O PIB
- O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, em um ano.
- Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, enquanto um recuo implica encolhimento da produção econômica da nação.
- A estimativa do Banco Central (BC) para o crescimento do país neste ano é de 2%.
- Para o mercado financeiro, o PIB do Brasil avançará 2,16% em 2025.
- Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, ante crescimento de 3,2% no ano anterior.
O PIB do 3º tri para a Fazenda
A economia brasileira cresceu 0,4 % no segundo trimestre, representando desaceleração no crescimento da atividade econômica. A expectativa da Fazenda para o terceiro trimestre, é de crescimento de 0,3% na margem e de 1,9% no interanual.
“No boletim anterior, a expectativa era de crescimento de 0,4% na comparação trimestral e 2,0% na interanual, porém indicadores coincidentes divulgados para o trimestre sugeriram desempenho na margem aquém do esperado para algumas atividades da indústria e de serviços, motivando a revisão para baixo na projeção para o trimestre”, explicou a SPE.
Plano Brasil Soberano
Segundo a SPE, a imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, em vigor desde agosto de 2025, já impactou negativamente as exportações brasileiras. De agosto a outubro, as exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram cerca de US$ 2,5 bilhões, ou 24,9%, comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, a secretaria afirma que as medidas de diversificação e apoio governamental têm limitado os impactos das tarifas norte-americanas sobre o setor exportador. ” O impacto das tarifas norte-americanas vem sendo parcialmente compensado pela diversificação de mercados e pelo conjunto de políticas de apoio implementadas, relevantes para sustentar a capacidade produtiva, a geração de empregos e a resiliência do setor exportador, além de amparar as contas externas brasileiras”, disse.
O relatório também aponta o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente americano, Donald Trump, deve ajudar o país no diálogo com os EUA pela diminuição das tarifas.
Outras projeções para 2025 e 2026
2025
PIB real: 2,2%
IPCA (inflação) acumulado: 4,6%
INPC acumulado: 4,5%
IGP-DI acumulado: 1,4%
2026
PIB real: 2,4%
IPCA (inflação) acumulado: 3,5%
Fonte: Metrópoles
