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Galisteu detalha última conversa com Ayrton Senna antes da tragédia

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Galisteu detalha última conversa com Ayrton Senna antes da tragédia

Adriane Galisteu revelou que Ayrton Senna tinha um rigoroso ritual em que se isolava nas 24 horas que antecediam uma corrida. Esse protocolo foi quebrado em 1º de maio de 1994, poucos minutos antes do início do Grande Prêmio de San Marino, na Itália, quando ele ligou para ela visivelmente irritado e nervoso. Aquela seria a última conversa entre os namorados.

“Ele simplesmente não falava com ninguém nesse período. Era o jeito dele de se preparar”, conta a apresentadora no documentário “Meu Ayrton por Adriane Galisteu”, oferecendo um olhar sobre o estado do piloto antes da tragédia.

Pouco depois, o carro de Senna perdeu o controle na curva e bateu violentamente contra o muro durante a corrida em Ímola.

A apresentadora trouxe à luz no documentário detalhes sobre a última interação com o piloto pouco antes de sua trágica morte. Galisteu afirma que Senna, conhecido por sua extrema disciplina, rompeu um de seus mais importantes rituais pré-corrida: o silêncio absoluto, o que mostra que algo estava bem errado.

Segundo Galisteu, o tricampeão queria evitar qualquer tipo de distração. Por isso, a ligação recebida por ela minutos antes da prova foi algo totalmente inesperado e sem precedentes. “Jamais imaginei que ele me ligaria naquele momento. Era impensável para o Ayrton.”

Galisteu descreve o tom da conversa como incomum. “Ele estava irritado, algo que eu raramente via tão perto de uma corrida”, diz no documentário.

Essa quebra de protocolo, somada ao estado emocional do piloto, sugere uma tensão que ia além do habitual para Senna. “Para mim, foi um sinal de que algo não estava certo. Ele não era de quebrar as próprias regras assim”, afirma a apresentadora.

O que aconteceu na véspera?

O depoimento de Galisteu oferece uma janela para a complexa personalidade de Ayrton Senna em um dos fins de semana mais sombrios da Fórmula 1.

Aquele GP de San Marino foi uma sucessão de tragédias que abalou profundamente o piloto. A sexta-feira já havia sido marcada pelo grave acidente do piloto brasileiro Rubens Barrichello, que, embora tenha sobrevivido, foi impedido de correr.

No sábado, a apreensão se intensificou com a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger no treino classificatório. Senna decidiu homenageá-lo e levou uma bandeira da Áustria em seu carro naquela que seria sua última corrida.

Esses incidentes lançaram uma sombra de luto e preocupação com a segurança sobre todo o paddock, um tema que Senna, defensor incansável, sentia de forma aguda. Diante desse cenário desolador, o brasileiro, que já havia expressado suas inquietações sobre o circuito, parecia visivelmente diferente no domingo da corrida.

Testemunhas e registros da época revelam um Senna com um olhar triste e desolado, contrastando com sua habitual intensidade e foco.

Essa mudança em seu semblante, somada à quebra de seu ritual de concentração – evidenciada pela ligação para Galisteu –, indicava um profundo desconforto e uma premonição que, infelizmente, se concretizaria poucas horas depois.

Adriane Galisteu resgata foto com Ayrton Senna

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