As contas do governo central — Tesouro Nacional, Banco Central (BC) e Previdência Social — registraram superávit primário de R$ 36,52 bilhões em outubro de 2025, enquanto no mesmo mês de 2024 foi observado um superávit de R$ 41,04 bilhões (em valores não corrigidos pela inflação). Os dados fazem parte do Relatório do Tesouro Nacional (RTN), divulgado nesta quarta-feira (26/11).
No mês, Tesouro e Banco Central, juntos, foram superavitários em R$ 57,2 bilhões, enquanto a Previdência Social (RGPS) apresentou um déficit de R$ 20,7 bilhões.
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Comparado com o mesmo período de 2024, o resultado primário observado é resultado de um aumento real, ou seja, corrigido pela inflação, de -15%, enquanto a despesa total registrou um aumento de 9,2%.
O resultado primário do Governo Central acumulado em 12 meses foi de déficit de R$ 41,9 bilhões, equivalente a 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em relação ao resultado acumulado no período de janeiro a outubro de 2025, o Governo Central registrou um déficit de R$ 63,7 bilhões, frente a um déficit de R$ 62,5 bilhões em 2024. Em termos reais, a receita líquida apresentou um aumento de R$ 68,3 bilhões (+3,7%) e a despesa total registrou uma alta de R$ 64,7 bilhões (+3,3%) em 2025, quando comparadas ao ano anterior.
O resultado deste ano decorreu de um superávit de R$ 243 bilhões do Tesouro e do Banco Central e um déficit de R$ 306 bilhões na Previdência Social.
- Déficit é quando um governo tem mais despesas do que receitas, superávit é quando acontece o contrário.
- Resultado real é ajustado por um índice de inflação, resultado nominal é o valor bruto, sem ajustes inflacionários.
Receitas e despesas
Segundo o Tesouro, o aumento da receita líquida em outubro de 2025 foi explicado, em grande medida, pelo desempenho das receitas administradas pela Receita Federal. Os principais destaques foram:
Imposto sobre a Renda – aumento de R$ 4,6 bilhões
IOF – aumento de R$ 2,3 bilhões
Arrecadação Líquida para o RGPS – aumento de R$ 3,6 bilhões
Dividendos e Participações – aumento de R$ 2,8 bilhões
Demais Receitas – redução de R$ 5,8 bilhões
No acumulado do ano, a receita total apresentou elevação de R$ 88,6 bilhões (3,8%), enquanto a receita líquida apresentou elevação de R$ 68,3 bilhões (3,7%) em termos reais frente ao mesmo período do ano anterior.
Essa variação, segundo o tesouro, decorre principalmente do efeito conjunto de:
Imposto de Importação – aumento de R$ 10,1 bilhões
Imposto sobre a Renda – aumento de R$ 32,2 bilhões
IOF – aumento de R$ 10,8 bilhões
Outras Receitas Administradas pela Receita Federal – aumento de R$ 13,3 bilhões
Arrecadação Líquida para o RGPS – aumento de R$ 28 bilhões
Com relação as despesas, em outubro, contra mesmo mês de 2024, houve um aumento de R$ 16,2 bilhões (9,2%) em termos reais:
Benefícios Previdenciários – aumento de R$ 2,4 bilhões
Pessoal e Encargos Sociais – aumento de R$ 1,1 bilhão
Fundeb – Complementação da União – aumento de R$ 1,3 bilhão
Sentenças Judiciais e Precatórios (Custeio e Capital) – aumento de R$ 1,5 bilhão
Discricionárias – aumento de R$ 8,4 bilhões
No acumulado do ano, a despesa total a despesa total apresentou elevação de R$ 64,7 bilhões (3,3%)
As principais variações foram:
Benefícios Previdenciários – aumento de R$ 33,4 bilhões
Pessoal e Encargos Sociais – aumento de R$ 12,1 bilhões
Benefícios de Prestação Continuada da LOAS – aumento de R$ 9,5 bilhões
Créditos Extraordinários – redução de R$ 10 bilhões
Fundeb – Complementação da União – aumento de R$ 8,7 bilhões
Entenda as contas do governo central
- Um superávit primário ocorre quando as receitas têm saldo maior do que as despesas, sem contar os juros. O déficit primário ocorre quando esse resultado é negativo. Juntos, eles formam o “resultado primário”.
- No acumulado de 2024, o governo central teve déficit primário de R$ 43 bilhões — equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB). Mesmo com o resultado negativo, a meta fiscal de 2024 foi cumprida.
- A meta do governo federal para 2025 é de déficit fiscal zero. Isso significa a busca da equipe econômica pelo equilíbrio das contas públicas, com receitas equiparadas às despesas.
A meta fiscal para 2025
Assim como no ano anterior, o governo federal persegue a meta fiscal de déficit fiscal zero em 2025. Ou seja, a busca pelo equilíbrio das contas públicas, com receitas equiparadas às despesas.
A ideia é que haja aumento gradual até 2028, quando se prevê chegar ao superávit primário de 1% do PIB.
Confira as demais projeções:
2026: superávit de 0,25% do PIB (R$ 34 bilhões)
2027: superávit de 0,50% do PIB (R$ 70,7 bilhões)
2028: superávit de 1% do PIB (R$ 150,7 bilhões)
Fonte: Metrópoles
