Autoridades de saúde dos Estados Unidos investigam o caso de uma mulher que foi hospitalizada após desenvolver gripe aviária e ser atingida por uma forma da doença que era desconhecida em humanos. O vírus identificado é o H5N5, parente do subtipo mais conhecido, H5N1, que atingiu várias pessoas, especialmente fazendeiros, nos EUA entre 2024 e 2025.
A forma nunca havia sido relatada em humanos e foi confirmada pelo Departamento de Saúde estadual em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (14/11). A pessoa afetada, uma idosa que não teve idade revelada, vive no Condado de Grays Harbor. Não se sabe como ela contraiu a doença, mas a paciente tinha uma pequena criação de galinhas de espécies variadas.
Leia também
-
Gripe aviária: China suspende proibição de importações do Brasil
-
H9N2: menor cepa do vírus da gripe aviária preocupa cientistas
-
Alemanha sacrifica 500 mil aves para conter gripe aviária
-
Canadá ordena abate de 400 avestruzes para conter gripe aviária H5N1
O governo local afirma que ela teve sintomas avançando rapidamente e que experimentou febre alta, confusão mental e dificuldade respiratória. A prioridade das autoridades é avaliar se houve exposição a animais infectados e se há outros pacientes na região com sintomas semelhantes.
Entenda o que é a gripe aviária
- Também conhecida como influenza aviária, a gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos com baixo risco. Não há transmissão entre humanos.
- Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e alta mortalidade.
- Todas as suspeitas de gripe aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária.
“Apesar da rápida evolução dos sintomas, a paciente está em um quadro estável de saúde e está tendo seu caso monitorado por especialistas estaduais e nacionais”, afirma o comunicado.
O Departamento de Saúde do Estado de Washington afirma que o risco populacional permanece baixo. Apesar disso, eles reforçam a importância da notificação de aves doentes ou mortas. Criadores de pequenos plantéis também recebem instruções de proteção. As orientações incluem uso de luvas, máscaras, proteção ocular e vestimentas impermeáveis durante manejo dos animais.
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
A gripe aviária H5N1 causa sintomas semelhantes aos da gripe em humanos, mas não nos infecta naturalmente
Getty Images
2 de 3
O contato direto com animais pode adoecer humanos, mas não foi confirmada transmissão entre pessoas
Getty Images
3 de 3
Gripe aviária pode atingir aves domésticas como galinhas
Divulgação
A gripe aviária
A gripe aviária é causada por vírus influenza tipo A, comuns em aves aquáticas selvagens. Ela possui várias formas de manifestação, como a H5N5 e a H5N1. A transmissão para outras espécies, incluindo mamíferos, ocorre em várias regiões do mundo.
Embora vários humanos que tiveram contato com animais infectados tenham desenvolvido a doença, a gripe aviária em nenhuma de suas formas é transmissível de humano para humano. Portanto, por hora não há risco de pandemia relacionada à doença.
“Não há motivo para alarme imediato, a gripe aviária não se transmite de forma eficiente entre humanos e os casos em aves, por si só, não representam risco direto à população geral. No entanto, subestimar a presença do vírus seria um erro. Precisamos acompanhar com atenção, testar sempre que houver suspeita e reforçar barreiras de contato.”, explica o médico infectologista Klinger Soares Faíco Filho.
Além disso, a vacinação sazonal para a gripe parece ser eficaz em reduzir os riscos de adoecimento e especialmente de morte por gripe aviária. Para evitar a contaminação, também é importante evitar contato com animais selvagens, vivos ou mortos, e evitar consumir alimentos crus, especialmente leite caseiro não pasteurizado, orienta o governo americano.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Fonte: Metrópoles