Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do Brasil, referentes ao mês de novembro, serão divulgados nesta quarta-feira (25/11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após recuo em outubro, especialistas esperam por uma recuperação e as estimativas são de alta acima de 0,10%.
No mês anterior, o IPCA registrou recuo de 0,09%, influenciado pelo aumento dos preços da energia elétrica residencial, que subiu teve redução após a troca da bandeira tarifária, que saiu de vermelha patamar nível 2 para vermelha patamar nível 1, com a cobrança adicional de R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos, ante aos R$ 7,87 cobrados anteriormente.
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Nos últimos 12 meses, a inflação acumula alta de 4,68%, acima do meta de 3%, mas próxima da banda de tolerância, que varia em 1,5% para cima ou para baixo.
Segundo o IBGE, a energia elétrica foi a principal influência negativa no índice do mês, com queda de 0,10 ponto percentual, com destaque para a energia elétrica residencial, que registrou queda de 2,39%.
O que é IPCA
- O IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE. O índice é considerado o termômetro oficial da inflação e é usado pelo Banco Central (BC) para ajustar a taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 15% ao ano.
- Ele mede a variação mensal dos preços na cesta de vários produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os dois itens da equação representa a inflação do mês observado.
- O IPCA mensura dados nas cidades, de forma a englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas no país.
- O índice pesquisa preços de categorias como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação, comunicação, vestuário, artigos de residência, entre outros.
Expectativas de inflação
O mercado financeiro tem expectativas de alta para a prévia da inflação do mês de novembro. Para a Warren Investimentos, a projeção é de alta de 0,13%, levando a inflação acumulada em 12 meses para 4,43%, dentro da banda superior da meta e representando uma desaceleração frente ao resultado de outubro, quando atingiu 4,94%.
A consultoria informou que o grupo “Habitação” deve ser um dos fatores de alívio, com a estimativa de deflação de 0,05% explicada pela queda da energia elétrica e pelos preços dos aluguéis, que devem seguir trajetórias estáveis.
Além disso, a Black Friday deve influenciar o grupo “Eletrônicos”, segundo a Warren, já que serão contabilizados os descontos tipicamente oferecidos nesta época.
Já para o banco Daycoval, as estimativas de alta são ainda maiores, de 0,19%, puxado pelo preço dos alimentos, passagens aéreas e alimentação fora do domicílio.
É consenso no mercado financeiro que a inflação deve entrar no limite da meta ainda em 2025. O relatório Focus, publicado na última segunda-feira (24/11) afirmou que os especialistas reduziram novamente as expectativas de inflação para 4,45% ao ano.
Nessa terça-feira, em evento em São Paulo, o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou que o próximo movimento da autoridade monetária deve ser a redução dos juros, levando em consideração que o cenário interno demostra sinais de desaceleração da economia e as expectativas de inflação estão mais ancoradas. ” A questão é o quando”, disse ele.
Atualmente, a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, está em 15% ao ano.
Fonte: Metrópoles
