Justiça determina que SAF comunique operações ao Botafogo social

A disputa entre o Botafogo social e a Eagle Football , controladora da SAF do Botafogo, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (27/11).

Em decisão publicada pelo desembargador Marcelo Almeida de Moraes Marinho, da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o magistrado determinou que a SAF informe a Justiça previamente sobre qualquer alienação de ativos, distribuição de dividendos ou despesa extraordinária, sob pena de nulidade dos atos.

Leia também

A decisão também ordena que seja dada ciência às partes envolvidas e, especificamente, a John Textor, administrador da SAF Botafogo.

A medida atende, parcialmente, a um pedido do Botafogo Social no agravo de instrumento que discute supostas violações contratuais cometidas pela Eagle. Segundo o despacho, havia uma omissão na decisão anterior quanto à análise do item “c” da petição original, justamente o trecho que tratava da necessidade de controle sobre atos de impacto econômico dentro da SAF.

O desembargador destacou que as partes apresentam “mútuas e reiteradas alegações de violações contratuais” e extrapolação de poderes administrativos, aspectos que sustentam a ação em curso. Além disso, chamou atenção para a acusação feita — também por ambos os lados — de “esvaziamento patrimonial”, o que poderia colocar em risco o próprio objeto da disputa judicial.

Justiça determina que SAF comunique operações ao Botafogo social - destaque galeria3 imagensOs acionistas acusam o empresário de ser responsável pelo rombo no BotafogoTextor com bandeira do BotafogoFechar modal.MetrópolesJohn Textor é acionado na Justiça pelo Botafogo1 de 3

John Textor é acionado na Justiça pelo Botafogo

Wagner Meier/Getty ImagesOs acionistas acusam o empresário de ser responsável pelo rombo no Botafogo2 de 3

Os acionistas acusam o empresário de ser responsável pelo rombo no Botafogo

Wagner Meier/Getty ImagesTextor com bandeira do Botafogo3 de 3

Textor com bandeira do Botafogo

Vítor Silva/ BFR

 

A partir desta decisão, a SAF Botafogo está obrigada a informar previamente ao juízo qualquer: alienação de ativos, distribuição de dividendos, remuneração ou despesa extraordinária e qualquer ato com reflexos econômicos significativos. Caso a determinação não seja cumprida, tais atos poderão ser declarados nulos.

Outros temas

Ainda nessa quinta-feira (27/11), o mesmo magistrado havia visto outras duas solicitações: o ressarcimento de R$ 155,4 milhões da Eagle e um interventor judicial na SAF.

O magistrado considerou que os pedidos do Botafogo social aparentam ser “descabidos”, mas solicitou informações ao juiz da 2ª Vara Empresarial, responsável pela ação em primeira instância. O desembargador frisou que não tomaria nenhuma decisão até entender se há fundamento jurídico para os pedidos ou se a primeira instância já tratou do assunto.

Aa Eagle Football Holdings (EFH), controladora de 90% da SAF do Botafogo, rebateu com veemência os pedidos feitos pelo Botafogo associativo, classificando-os como “descabidos”, “tecnicamente errados” e destinados apenas a “tumultuar o andamento do processo”.

Leia também

Na manifestação enviada ao TJ-RJ, a Eagle argumentou que o clube associativo tentou criar artificialmente uma situação de urgência para justificar o pedido de liminar, algo que, segundo a holding, não caberia ao Botafogo.

Entenda o caso

  • Julho de 2025 — A confusão judicial entre a SAF e a Eagle se intensificou. A Eagle moveu ação contra a SAF alegando irregularidades societárias ligadas a transferências de supostos créditos do clube para empresa nas Ilhas Cayman.
  • Outubro de 2025 — O presidente do Botafogo Social, João Paulo Magalhães Lins, se reuniu com representantes da Eagle e cresceu a especulação de que o sócio majoritário da SAF, John Textor, começava a perder força junto ao associativo.
  • 24 de Novembro de 2025 — O Botafogo Social protocolou uma ação judicial contra a Eagle (e indiretamente contra a SAF).
  • O clube social pede o ressarcimento de R$ 155,4 milhões, valor equivalente a cerca de 10% do passivo declarado pela SAF.
  • O BFR também solicita a nomeação de um interventor judicial para administrar a SAF, a suspensão da venda de ativos (como jogadores) e a proibição da distribuição de dividendos em favor da Eagle até que seja apresentada uma reestruturação ou plano de regularização das contas.
  • 25 de Novembro de 2025 — A SAF Botafogo se manifestou oficialmente, repudiando os pedidos do Botafogo Social e chamando as alegações de “inverídicas, sem amparo jurídico”.
  • 26 de Novembro de 2025 — Um grupo de conselheiros ligados à oposição no Botafogo divulgou uma carta aberta criticando a ação do associativo e declarando que a medida era intempestiva, poderia prejudicar o ambiente interno e o planejamento esportivo, e interpretaram como uma tentativa de “retomar influência perdida”, já que a gestão do futebol estaria sob a Eagle/SAF.
  • 27 de Novembro de 2025 — A Eagle, por meio de sua holding, apresentou nova manifestação judicial pedindo a rejeição dos pedidos do Botafogo Social. A empresa classificou os pleitos como “tecnicamente errados”, disse que nunca foi condenada a pagar qualquer indenização e defendendo que “passivo não é dano”.

Veja a carta dos conselheiros do Botafogo na íntegra:

“Caros amigos alvinegros,

O Botafogo vive um momento crítico. A disputa entre acionistas da EAGLE e da SAF Botafogo já prejudicou a atual temporada e ameaça agora comprometer o planejamento para 2026. É natural que todos nós, apaixonados pelo Clube, estejamos preocupados. No entanto, é justamente em momentos assim que responsabilidade, diálogo e serenidade devem prevalecer.

O Clube Social, detentor de 10% das ações da SAF e com assento no Conselho de Administração, poderia – e deveria – exercer sua influência por meio de conversas francas, internas e construtivas, buscando contribuir para a solução rápida desse impasse. Infelizmente, o que se viu foi a adoção de uma medida judicial sem qualquer diálogo prévio com a SAF ou mesmo com os Poderes do próprio Clube. Essa atitude não apenas prolonga o conflito, como enfraquece a relação institucional entre as partes, expondo o Botafogo a uma mídia que, em verdade, deseja ver o “Glorioso” voltar a ocupar um papel subalterno.

Os defensores da ação afirmam atuar para proteger o Acordo de Acionistas e os interesses do Botafogo. Mas é legítimo perguntar: quais interesses estão de fato buscando proteger? Na última reunião do Conselho Deliberativo, quando conselheiros cobraram informações sobre a relação com a SAF, muitos dos que agora se dizem defensores do “controle e da fiscalização” criticaram firmemente qualquer questionamento. Até outro dia, repetiam que a SAF, por deter 90% do capital, não deveria ser cobrada por quem possui apenas 10%. Agora, apresentam um discurso inverso. O que mudou de lá para cá? Que interesses foram contrariados? A quem serve esse movimento?

Desde sua criação, há três anos, a SAF promoveu investimentos evidentes em infraestrutura, profissionalização e nas equipes de futebol. O que foi construído é visível até para os mais céticos. Se há ajustes a fazer, eles devem ser debatidos internamente, com transparência e responsabilidade, nunca por meio de ações intempestivas que podem fragilizar o Botafogo.
A iniciativa da atual direção do Clube Social de recorrer à Justiça não protege o Botafogo: ela representa um movimento político de grupos que, após conduzirem o Clube a uma situação de insolvência, buscam agora retomar a influência perdida no futebol.
A torcida e os grandes botafoguenses não podem ser novamente enganados por aqueles que já destruíram nosso futebol, deixando um rastro de dívidas, crises e humilhações.

Reafirmamos nosso apoio à profissionalização do futebol do Botafogo, à SAF e ao trabalho liderado por John Textor. Isso não significa ausência de questionamentos – ao contrário, defendemos compliance, transparência e relações institucionais maduras, como demandamos na última reunião do Conselho Deliberativo. Mas entendemos que o caminho construído na gestão passada, com resultados claros, deve ser mantido e aprimorado. Ajustes são necessários, mas devem ser fruto do diálogo, nunca de ações intempestivas.
Queremos reviver dias como o 30 de novembro de 2024, quando o Botafogo voltou a mostrar ao país a grandeza que lhe é própria. E é certo que não será por meio dos mesmos que já afundaram o Clube no passado que construiremos o futuro que desejamos.

Que prevaleçam a razão, o bom senso e o compromisso genuíno com o Botafogo. Saudações Alvinegras!”



Fonte: Metrópoles

Globo tira três novelas do ar no sábado; saiba o motivo

A Globo fez uma rara alteração em sua grade de programação neste sábado (29). A mudança vai tirar três de suas quatro novelas exibidas...

Andreas Pereira busca 1º título? Meia tem Libertadores no currículo

Andreas Pereira disputa pelo Palmeiras, neste sábado (29), sua segunda final de Libertadores, depois de passar por uma derrota na primeira tentativa, quando jogava...

Graciele diz como Zezé Di Camargo é como pai: “Presente mesmo não estando”

A influenciadora Graciele Lacerda, 45, se derreteu em elogios ao sertanejo Zezé Di Camargo, 63, destacando o quanto ele é um pai maravilhoso e...