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L7nnon lembra infância pobre: “Tinha o sonho de ter um relógio”

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L7nnon lembra infância pobre: “Tinha o sonho de ter um relógio”

O rapper L7nnon, 31, viu a vida mudar completamente quando o sucesso na música começou a decolar. O cantor agora também se aventura na carreira de ator de novela e lembra com carinho das raízes em Realengo, no subúrbio do Rio de Janeiro, onde começou a lançar as primeiras rimas entre os amigos.

À CNN Brasil, o artista conta que sempre esteve ligado na moda e que sempre desejou se vestir bem, mas não tinha dinheiro para isso. Hoje, após o sucesso na música, ele é garoto-propaganda dos relógios G-Shok, da Casio, e comenta que sempre sonhou em ter um exemplar desses.

“Na infância, eu sempre tive o sonho de ter um relógio desses, mas não cabia no orçamento da minha família. Por isso, nunca tive um quando era moleque. É uma realização pessoal do Lennon criança, que aconteceu depois de tanto tempo. Acho que é isso: acreditar, fazer por onde e não desistir”, comenta.

Ele completa que um bom relógio de pulso sempre foi algo muito sofisticado para alguém que foi criado no subúrbio sem grandes condições financeiras.

“Com o tempo, fui entendendo melhor, pegando gosto. Meu pai também era um cara muito ligado nessas coisas de marca, relógio e roupa, então aprendi muito com ele.”

Já sobre os looks, L7nnon garante que não tem um stylist que cuide do visual. Ele diz à reportagem que sempre que aparece com um look mais moderno, foi escolha dele próprio, com intuições baseadas em tudo o que gosta.

“Se tive estilista duas vezes, foi muito, e provavelmente em alguma situação específica de comercial. Acho que quando fizemos algo para o Rock in Rio teve roupa deles, mas no geral sempre uso o que gosto. Minha influência vem muito do skate. Então, grande parte do que visto e acho legal vem desse mundo, desse lifestyle da rua, do underground, do street”, detalha.

Quando o assunto é a novela “Dona de Mim”, o rapper fica impressionado com o carinho que tem recebido do público, principalmente daquelas pessoas que antes não conheciam o trabalho que tem desenvolvido por anos dentro da música. A oportunidade de dar vida a um personagem tão complexo, traz ao artista uma satisfação por representar as pessoas das periferias.

“Hoje sou muito parado por senhoras, que dizem que me amam sem saber nada do meu trabalho na música. É surreal! Elas torcem pelo Ryan com a mulher [Kami, vivida por Giovanna Lancellotti], querem que ele volte para a família, que saia do crime. Isso mostra como o personagem mexe com as pessoas. Estar nessa posição e poder representar tanta gente é muito especial.”

Ao traçar um comparativo entre L7nnon e Ryan, o cantor é bastante cauteloso, pois vê poucas semelhanças entre os dois. Ele destaca que o artista da Barreira, comunidade fictícia da novela, vive uma realidade muito distante de sua experiência pessoal.

“Eu nunca fui preso, não tenho filho, nunca me droguei. E quando ele aparece na novela, é num momento em que ele está meio ‘fora de si”, chegando para uma aula de kickboxing. Mas eu conheço vários amigos rappers que têm essa vivência, que já foram presos, que usaram substâncias, que bebem. Cada um é dono da sua verdade e da sua realidade. Contanto que não te atrapalhe, segue firme no que acredita”, acredita.

“O Ryan representa mais do que o rap: representa o favelado que, com poucas oportunidades, escolhe um caminho ruim. Se você é preto, pobre e favelado, já é visto de uma forma. Se é preto, pobre, favelado e preso, é ainda pior aos olhos da sociedade”, finaliza.

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