Lideranças da Câmara dos Deputados indicaram que não consideram o momento apropriado para avançar com discussões sobre dosimetria ou anistia, mesmo após pressões renovadas da oposição em meio à prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Apuração é de Isabel Mega no CNN Novo Dia.
A avaliação surge após conversas entre parlamentares e Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, que demonstram resistência à pauta. A proposta, que inclui possibilidades de redução de pena e anistia, encontra obstáculos significativos para prosperar no ambiente legislativo atual.
Articulação e resistências
A movimentação em torno do tema vem de duas frentes principais: a oposição e o próprio relator da proposta, Paulinho da Força. No entanto, mesmo com o empenho do relator em produzir um parecer sobre o tema, não houve avanços significativos nas discussões. “A percepção dos líderes é de que não é um momento apropriado”, explica a analista de Política da CNN. “E de que isto é um projeto até pessoal de Paulinho da Força, renovar esta pauta. Mas ninguém está sentindo que vai”.
Fontes próximas a Hugo Motta indicam que, apesar do atual momento de tensão entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, não há expectativa de que essa situação seja utilizada como gatilho para impulsionar a pauta da anistia.
Estratégia política
A insistência da oposição em manter o tema em evidência é interpretada mais como uma estratégia de mobilização política do que uma real possibilidade de aprovação legislativa. “O que a oposição quer é fazer barulho e dar ignição eleitoral”, destaca Mega. “Ninguém está acreditando que a anistia passe”.
O processo de aprovação de uma eventual anistia envolveria um longo percurso legislativo, passando pela Câmara, Senado e possível veto do executivo, com conclusão prevista apenas para 2026, já em período eleitoral. Esta complexidade torna ainda mais improvável sua efetivação.

