Em comunicado divulgado nessa quarta-feira (26/11), a agência de classificação de riscos Moody’s informou que manteve a nota de crédito soberano do Brasil em Ba1, com perspectiva “estável”, apenas um nível abaixo do chamado grau de investimento.
A última alteração na nota de crédito foi em outubro de 2024, quando o Brasil subiu um degrau e passou a ser considerado um bom pagador. Em maio deste ano, a Moody’s manteve o posto, mas mudou a perspectiva de avaliação (rating, no jargão) de positiva para estável.
No relatório, a Moody’s destacou a “resiliência” da economia brasileira frente ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A publicação também destacou o recuo do republicano, que no dia 20 de novembro retirou a taxa extra sobre diversos produtos agrícolas brasileiros.
A agência pontua que o efeito das tarifas dos Estados Unidos sobre a economia brasileira tem sido limitado. Contam a favor do Brasil a economia grande e diversificada, com exposição limitada a choques externos, diz a Moody’s.
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Pontos negativos
No relatório, a agência elenca alguns pontos que precisam ser melhorados para o Brasil ter uma nota de crédito maior, chegando ao grau de investimento — selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
Um dos temas de atenção é a polarização política e a relação entre o governo federal e o Congresso Nacional.
“Reformas econômicas estruturais implementadas por sucessivas administrações nos últimos anos fortaleceram as perspectivas de investimento e crescimento. No entanto, a polarização política é uma restrição à formulação de políticas, o que limita os esforços de ajuste fiscal”, afirma a Moody’s.
A agência diz que reformas macroeconômicas que aprimorem o arcabouço fiscal também contribuíram “para reduzir a vulnerabilidade da posição fiscal do Brasil aos ciclos de aperto”.
Por fim, a Moody’s cita que a taxa de juros continua sendo um “obstáculo” para uma melhora no rating. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas.
Fonte: Metrópoles

