O que disseram moradores sobre violência policial na megaoperação no RJ

Um relatório entregue para Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), elaborado pela ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, relata denúncias de moradores sobre violência e abuso de autoridades.

A ação considerada a mais letal do Rio de Janeiro deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais. Pelo menos 97 com passagem policiais, mas nenhum dos mortos estava na lista de denunciados da Operação, segundo relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado).

A ouvidoria foi acionada por moradores, um dia antes da operação, já que a população recebeu comunicado para não enviarem as crianças para a escola, por isso suspeitaram da operação, nesta circunstância a ouvidoria foi chamada.

Segundo o relatório oficial, que a CNN Brasil teve acesso, os moradores relataram busca indevida nas residências sem mandados, circulação proibida e atendimento negado a pessoas que estavam passando mal.

“Recebemos denúncias de que uma mulher grávida foi agredida por agentes, ao questionar o motivo dela ter que mostrar o seu telefone, sem que houvesse um mandado”, trecho do relatório.

Outros residentes da comunidade também alegaram que os policiais colocaram fogo em algumas casas para fazer com que supostos traficantes saíssem. “São casas de moradores e alguns relatos como em um dos vídeos que subimos mostra moradores desesperados pedindo ajuda, pois eles não conseguem sair de casa por conta dos tiros e ficaram presos por conta do fogo colocados segundo eles por agentes de segurança”.

No documento ainda constam agressões à moradores dentro de casa, a ouvidora também afirma que recebeu um vídeo de uma mulher que teve um infarto dentro de casa e teve recusa de atendimento, segundo familiares a negação de atendimento agravou o quadro de saúde.

Veja relato de moradores incluídos no relatório;

Pelo amor de Deus, estou dentro da casa da minha sobrinha. Eles estão
querendo entrar aqui dentro. Estão querendo dar tiro dentro da casa da
minha sobrinha. Nossa, eu não sei, eu já fiquei nervosa, eu tomo água com
açúcar. Eu não sei o que eu faço

Eu moro aqui há 36 anos e posso te dizer que houve um aumento da
violência no bairro, mas hoje parece que estou em um filme de guerra tipo
rambo. Os policiais estão com ódio. Entram nos espaços já batendo nas
pessoas e nem criança se salva dessa raiva toda deles. Esses caras
parecem não ter alma.

Uma das bombas foi solta em cima de uma casa cujas crianças estão com a avó que é cadeirante. Eu só escuto os gritos aqui de casa, mas não consigo socorrer.

Tá um caos bonito, tão soltando bomba direto. Minha casa tá tremendo toda hora e olha como eu moro aqui na oito, hein? E eles tão soltando bomba mais pra baixo, hein?

Apoio da maioria da população

Uma pesquisa da Atlas/Intel mostra que 8 em cada 10 moradores de favelas na cidade do Rio de Janeiro apoiam a megaoperação contra o Comando Vermelho feita nos complexos da Penha e do Alemão.

Outra pesquisa, mas Genial/Quaest apontou que 64% da população do estado do Rio de Janeiro aprova a megaoperação policial realizada.

Papel da ouvidoria

O órgão defende que o papel da defensoria é ser o canal de diálogo entre os territórios e o Ministério Público. Ainda informa que denúncias do tipo podem ser feitas pelo número de plantão (21) 2215-7003.

Os relatos acima foram produzidos por meio de oitivas de testemunhas e encaminhados para o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública e foi incorporada no relatório da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) ao STF.

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