A greve do Metrô do Recife chega ao terceiro dia, nesta quarta-feira (5), com todas as 37 estações do sistema fechadas e sem previsão de retomada do serviço.
A paralisação, que afeta cerca de 170 mil usuários diários, foi mantida mesmo após uma audiência de conciliação entre o Sindmetro-PE (Sindicato dos Metroviários de Pernambuco) e a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), realizada nesta terça-feira (4) pelo TRT-6 (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região).
Segundo o sindicato, a greve foi decidida coletivamente após meses de tentativas frustradas de diálogo com o governo federal e com a CBTU. O movimento ocorre em meio à crise estrutural do sistema e após um incêndio em um trem no dia 25 de outubro, que, de acordo com a categoria, evidenciou o risco à vida de usuários e trabalhadores. Entre as principais reivindicações, os metroviários pedem investimentos imediatos em segurança, reformas estruturais, respeito aos direitos trabalhistas e suspensão do processo de privatização do metrô, previsto para ser concluído até 2026.
Na segunda-feira (3), primeiro dia da paralisação, o presidente do sindicato, Luiz Soares, foi detido pela Polícia Militar durante um ato na Estação Central do Recife e liberado horas depois.
Audiência no TRT-6
Na tentativa de mediar o impasse, o TRT-6 realizou a audiência de conciliação entre o Sindmetro-PE e a CBTU, nesta terça-feira (4). Durante o encontro, o sindicato apresentou um Plano Emergencial de Recuperação do Metrô, que prevê investimentos imediatos e reformas estruturais para garantir a segurança, regularidade e qualidade do transporte sobre trilhos.
O tribunal solicitou que a CBTU analise o plano e apresente respostas em até 30 dias sobre os pontos mais urgentes. Também recomendou que os metroviários avaliem suspender a paralisação durante o período de análise. A proposta será discutida e votada em assembleia da categoria nesta quarta-feira (5), às 18h, no Monumento Tortura Nunca Mais, no centro do Recife.
Antes da assembleia, os trabalhadores realizam uma concentração às 14h na Estação Central, na Praça da Greve, seguida de uma caminhada pela Avenida Guararapes até o local da votação.
De acordo com Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE, o sistema metroviário “carece de manutenção urgente e de investimentos reais”. Ele afirma que a luta da categoria é “por um metrô público, seguro e de qualidade, essencial para a mobilidade da Região Metropolitana do Recife”.
A CBTU Recife foi procurada pela reportagem, mas ainda não se pronunciou sobre as recomendações do tribunal nem sobre o plano emergencial apresentado pelo sindicato.

