O Pix consolidou sua liderança como principal forma de pagamento no Brasil. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta segunda-feira (10/11), o sistema é responsável por metade das transações de pagamento realizadas no país no primeiro semestre de 2025: 36,9 bilhões de operações, um aumento de 27,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ao todo, os brasileiros fizeram 72,5 bilhões de transações de pagamento, que movimentaram R$ 59,7 trilhões entre janeiro e junho. O número representa alta de 15,2% na quantidade de operações e 14,5% em valor financeiro frente ao primeiro semestre de 2024.
Pix domina os meios de pagamento
O crescimento do Pix mostra que o instrumento, lançado em 2020, se consolidou como a principal ferramenta de pagamento no país. Hoje, ele responde por 50,9% de todas as operações realizadas.
Entre as transações processadas pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), que é operado pelo Banco Central, 45% ocorreram entre pessoas físicas e 42,1% entre consumidores e empresas. Apenas 12,5% envolveram pagamentos de empresas e 0,4% incluíram entes do governo.
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O uso do Pix também começa a substituir saques em dinheiro. O Pix Saque, por exemplo, cresceu 36,2% e chegou a 7,7 milhões de transações no primeiro semestre de 2025.
Cartões de crédito
O mercado de cartões segue relevante e também apresentou crescimento , principalmente nas modalidades crédito, com um aumento de 9,7% e pré-pago, com alta de 8,9%, enquanto o débito ficou praticamente estável. Juntos, os cartões representaram 34,3% de todas as transações no período.
O cartão de crédito é o que mais movimenta dinheiro entre os três tipos e somou 243 milhões de cartões ativos no país. Ele também lidera o volume financeiro entre os cartões, com 69,3% de participação, e foi o que mais cresceu no semestre, 14,2%.
A forma de pagamento por aproximação continua em alta e já é maioria entre as transações com cartões pré-pagos (63,2%) e quase metade das operações com crédito (37,5%) e débito (47,2%).
Compras pela internet
Os pagamentos online também aumentaram. No segundo trimestre de 2025, 21,9% das transações com cartão de crédito foram feitas pela internet, proporção bem superior à de cartões de débito (9,8%) e pré-pagos (7%).
Os pagamentos recorrentes, como assinaturas de serviços de streaming e academias, também estão mais comuns. Eles já representam 10,2% das transações no crédito, ante 6,5% no mesmo período de 2024.
TED
Apesar do domínio do Pix em número de transações, o maior volume financeiro ainda está nas transferências via TED, que responderam por 37,1% de todo o valor movimentado no semestre. O Pix vem logo atrás, com 26,5%.
Outros instrumentos, como boletos bancários, cresceram 4,6% e representaram 8,1% do volume total, enquanto o cheque continuou em queda: recuou 16,5% e representou apenas 0,6% do valor total das operações.
Tarifas e taxas no mercado de cartões
As tarifas médias de intercâmbio (TIC), que representam a remuneração cobrada dos lojistas pelas operadoras de cartão, se mantiveram próximas aos limites estabelecidos pelo BC.
Débito: 0,50%;
Pré-pago: 0,70%;
Crédito: 1,68%, ligeiramente acima dos anos anteriores.
O aumento no crédito é explicado pela expansão dos cartões premium, como platinum e black, que cobram taxas mais altas. Hoje, há 58,3 milhões desses cartões no país, um crescimento de 16,7% em relação a 2024.
Ao mesmo tempo, as taxas de desconto cobradas dos lojistas continuaram caindo:
Crédito: de 2,32% em 2023 para 2,16% em 2025;
Débito: de 1,14% para 1,08% no mesmo período.
Uso do dinheiro físico
Enquanto os pagamentos digitais avançam, o uso do dinheiro em espécie segue em queda. Os saques tradicionais diminuíram 12,7% no semestre, com recuos em todos os canais:
Agências e postos: -18,2%;
Caixas eletrônicos (ATMs): -13,2%;
Correspondentes bancários: -11,1%.
O dado reforça a mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que cada vez mais prefere transações digitais, rápidas e sem contato físico com o dinheiro.
Fonte: Metrópoles
