O Banco Central (BC) colocou em operação, nesse domingo (23/11), uma nova ferramenta para reforçar a segurança das transferências instantâneas no país. Trata-se do MED 2.0, a segunda geração do Mecanismo Especial de Devolução, criado para facilitar a recuperação de valores enviados por vítimas de fraudes, golpes e coerção via Pix.
A atualização representa o maior avanço desde a implementação original do MED, ao permitir um rastreio aprofundado de toda a “árvore de transações”, ou seja, de todas as contas por onde o dinheiro passou após a fraude.
Até então, as instituições só analisavam a primeira conta recebedora. Agora, bancos e fintechs passam a compartilhar informações para mapear o percurso completo dos valores, aumentando as chances de bloqueio e devolução.
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Devoluções
Quando a vítima registra a contestação da operação, o sistema aprimorado permite que a devolução seja realizada em até 11 dias. O prazo é considerado essencial para impedir que golpistas pulverizem rapidamente os recursos e os tornem irrecuperáveis.
A contestação também ficou mais simples. Desde 1º de outubro, os bancos são obrigados a oferecer um “botão de contestação” dentro do aplicativo, permitindo que o usuário relate imediatamente um Pix fraudulento sem precisar falar com atendentes. Esse fluxo direto acelera a análise e o bloqueio das quantias suspeitas.
Adoção obrigatória em 2026
Entre 23 de novembro de 2025 e 2 de fevereiro de 2026, a adoção do MED 2.0 é facultativa. Contudo, após esse período, o uso da nova ferramenta passa a ser obrigatório para todas as instituições financeiras que operam o Pix.
Apesar dos avanços, o sistema é restrito a situações de fraude, golpe ou coerção. Não se aplica em casos como:
- Arrependimento de compra;
- Desacordo comercial;
- Erro do usuário ao enviar um Pix para a chave errada.
Nesses cenários, a devolução continua dependendo do recebedor, sem intervenção obrigatória do sistema financeiro.
A expectativa do Banco Central é que o novo mecanismo reduza a incidência de fraudes, já que o rastreamento ampliado torna mais arriscado movimentar dinheiro ilícito. Além disso, a ferramenta deve evitar que contas usadas para golpes continuem ativas, fortalecendo a triagem e a prevenção no sistema bancário.
Fonte: Metrópoles

