O 1° Tribunal do Júri de São Paulo absolveu o ex-tenente da PM Henrique Otavio Oliveira Velozo da acusação de homicídio do campeão lutador de jiu-jitsu Leandro Lo. A sentença foi proferida nesta sexta-feira (14).
A decisão do Conselho de Sentença, após três dias de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, acatou as argumentações da defesa do militar, que alegou que o Velozo agiu em legítima defesa. Os advogados também apontaram contradições em depoimentos de testemunhas.
Desde o início, a defesa demonstrou, por meio de provas e análises técnicas, que Henrique Velozo agiu em legítima defesa, depois de ser agredido e desmaiado por Leandro Lo. Nada encaixava com a dinâmica real dos fatos. E foi justamente isso que a defesa conseguiu expor ao longo do julgamento. Testemunha após testemunha, mostramos que o próprio conjunto probatório desmontava a versão inicial.
Cláudio Dalledone Junior, advogado de defesa
Leandro Lô Pereira do Nascimento morreu após ser baleado na cabeça em um show na Zona Sul de São Paulo, na madrugada do dia 7 de agosto de 2022, no Esporte Clube Sírio.
Após as argumentações das duas partes, defesa e acusação, o júri decidiu, por maioria, por absolver o policial. O Conselho de Sentença é formado por sete jurados e é responsável por julgar crimes dolosos contra a vida, como homicídio.
Entenda o caso
O caso ocorreu em agosto de 2022, quando Leandro Lo, octacampeão mundial da modalidade, foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, na zona Sul de São Paulo.
Desde então, o tenente Velozo permaneceu preso preventivamente no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte da cidade, sendo transferido para a prisão comum somente em outubro de 2025.
Segundo as investigações policiais e a denúncia do Ministério Público, Leandro Lo se envolveu em uma discussão no clube. Em um primeiro momento, o lutador teria derrubado o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que o teria provocado.
Velozo, então, teria se retirado do local e retornado armado, efetuando um disparo fatal na cabeça do atleta. Após o disparo, o policial ainda teria chutado Lo duas vezes, mesmo com o lutador já desacordado no chão, antes de deixar o local.
Henrique Velozo se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no dia seguinte ao crime e foi conduzido à delegacia para prestar depoimento. A Justiça decretou sua prisão temporária, que posteriormente foi convertida em preventiva. Na época do caso, o policial foi indiciado por homicídio por motivo fútil.

