A australiana St George Mining anunciou que o Projeto Araxá, em Minas Gerais, deve gerar um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de US$ 130 milhões por ano, com margens superiores a 60%.
As estimativas, divulgadas em relatório ao mercado, reforçaram o otimismo de investidores com o avanço do empreendimento, que concentra uma das maiores reservas de nióbio e terras raras da América do Sul.
Previsto para entrar em operação até 2027, o projeto está localizado ao lado das instalações da CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), maior produtora mundial de nióbio, responsável por cerca de 80% da oferta global.
A St George aposta que o posicionamento estratégico, o baixo custo de extração e a infraestrutura já existente na região garantirão alta rentabilidade e retorno acelerado do investimento.
Além do nióbio, o projeto abriga depósitos de terras raras de alto teor, com destaque para neodímio e praseodímio, minerais essenciais para ímãs permanentes usados em turbinas eólicas, motores elétricos e equipamentos de alta tecnologia.
A empresa projeta que o nióbio será o principal produto na fase inicial, com foco no mercado global de aço e, posteriormente, no segmento de baterias.
Um estudo de escopo deve ser divulgado em 2025, detalhando custos, cronograma e capacidade produtiva, etapa que antecede o estudo de viabilidade bancária.
Em setembro, a mineradora confirmou uma nova grande descoberta de terras raras de alto teor e nióbio no Projeto Araxá, comprado pela empresa em fevereiro de 2025. Após o anúncio, as ações da companhia chegaram a subir até 23,1%, para 0,096 dólar australiano, o maior valor desde maio de 2021.
Após a descoberta, a empresa anunciou a captação de A$ 72,5 milhões (cerca de R$ 254 milhões) para desenvolver o Projeto Araxá e construir uma planta-piloto (versão reduzida de uma fábrica usada para testes) dedicada ao processamento de nióbio e terras raras.
Atualmente, o terreno ainda não está em operação de mineração e refino em larga escala.
O que a St George Mining está fazendo é preparar o projeto para chegar à Decisão Final de Investimento, que é o momento em que a empresa confirma oficialmente que vai construir a mina e a infraestrutura de processamento.
A empresa ainda precisa obter autorizações ambientais e de operação e finalizar o projeto técnico da mina, o que é obrigatório antes de começar a produção comercial.
Interesse dos EUA
Um dos potenciais destinos dos minérios da empresa são os Estados Unidos.
No fim de outubro, o encarregado de Negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, se reuniu com representantes da companhia para discutir o avanço do projeto e possíveis parcerias comerciais.
“Além de contribuir para as cadeias de suprimento domésticas no Brasil, nosso Projeto Araxá está bem posicionado para apoiar novas e resilientes cadeias de suprimento buscadas pelos EUA e pela UE. Ficamos satisfeitos em ter discutido com várias dessas partes à margem da conferência de mineração nesta semana, incluindo representantes do governo dos EUA e da União Europeia”, disse o presidente da empresa, John Prineas, em nota após a reunião.
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