Sálvio Spínola responde por que profissionalização da arbitragem é urgente

O ex-árbitro e comentarista Sálvio Spínola participou do CNN Esportes S/A deste domingo (2) e comentou a importância da profissionalização da arbitragem no Brasil, defendendo medidas que deem segurança jurídica e financeira aos árbitros.

Para ele, a profissionalização não se resume ao registro em carteira de trabalho, mas à criação de condições que permitam dedicação exclusiva e estabilidade.

Spínola ressaltou que a profissionalização envolve debate, cobrança e planejamento, e que os clubes também devem atuar nesse processo.

Debate e cobrança. (…) Os clubes também tem que cobrar. (…) A profissionalização não é pegar o árbitro, CLT e registrar na carteira, não é isso. Isso vai reduzir erro? Não, mas isso vai reduzir arbitragem ruim.


Sálvio Spínola, ex-árbitro e comentarista de arbitragem

O ex-árbitro lembrou que, sem profissionalização, o futebol brasileiro perde talentos que buscam estabilidade em outras carreiras.

“Estamos falando de mundo corporativo. Quando não resolvem isso, faz com que o futebol perca muitos talentos, muitas pessoas que eu conheci, ótimas, pessoas espetaculares, altamente capacitadas, chegaram e falaram: ‘Por quê? Essa bagunça aí, essa insegurança’”, contou.

Ele explicou que, sem segurança e dedicação exclusiva, árbitros precisam conciliar a carreira com outras atividades, reduzindo tempo de estudo e treinamento.

Uma segurança jurídica e financeira. É isso que tem que acontecer. A grande diferença, o que acontece nos países que a arbitragem é profissional e aqui não, é que lá o árbitro se dedica ao futebol. Na hora vaga, ele tem uma outra atividade. Todo o árbitro na Inglaterra, na Argentina, no México, ele tem uma outra atividade, mas o principal é o futebol. Aqui, no Brasil, o árbitro se dedica, (…) na hora vaga, ele faz um biquinho. Sabe que bico que ele vai fazer? Vai apitar.


Sálvio Spínola, ex-árbitro

Remuneração e segurança

Sobre salários e contratos, Spínola defendeu que árbitros devem ter remuneração fixa e previsível, além de incentivo por desempenho.

“Você pode pegar alguns árbitros, vai começar o campeonato nacional, janeiro. Eu preciso de quantos árbitros? 30 árbitros, 60 bandeiras. Chega para esses e fala: ‘Tá aqui, um contrato de prestação de serviço, para temporada 2026, onde vocês vão ganhar x por mês e y por jogo. Quem for bem, apita mais. Vai apitar mais, vai ganhar mais, mas você vai ganhar todo mês’”, idealizou.

Ele destacou que a falta de gestão clara gera insegurança e prejudica a escalação de árbitros.

Você faz um campeonato com arbitragem. Não com um árbitro. Não adianta você ter só um árbitro. Então assim, isso é importante: você dar segurança.


Sálvio Spínola, comentarista de arbitragem

Falta de gestão

Para o comentarista, é necessário organizar a arbitragem como um sistema, com regras e escalas definidas, e não depender de exceções.

“O problema é gravíssimo e não corrige isso. Um árbitro é escalado para apitar série A do Campeonato Brasileiro. O cara apita bem para caramba. Porque do nada ele cai lá de paraquedas e escalam ele. Ele apita bem. Aí ele fica olhando a escala, aí não vem o nome dele. Vem a outra e não vem o nome dele”, exemplificou.

É fundamental que a gestão comunique de forma transparente quem vai atuar em cada partida.

“Então, não tem escala, porque volta a falar de gestão. Quem tem a gestão tem que falar: ‘Estão aqui. Então clubes, são esses árbitros que vão apitar o campeonato. Todo mundo tem que saber”, explicou.

Para Spínola, a profissionalização é essencial para garantir segurança e incentivo aos árbitros, além de manter qualidade e consistência na arbitragem brasileira.

O árbitro sabe que ele tem que ir bem, tem que treinar, tem que estudar para renovar o contrato de prestação de serviço para a próxima temporada. Esse é o modelo de você gerir todo mundo.


Sálvio Spínola, ex-árbitro e comentarista de arbitragem

CNN Esportes S/A

Com Sálvio Spínola, ex-árbitro e comentarista de arbitragem, o CNN Esportes S/A chega à 115ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.

Em pauta, os assuntos mais quentes da indústria do mundo da bola, na perspectiva de economia e negócios.

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