No dia 12 de setembro, o senador Márcio Bittar foi clicado pelo staff da TV Record em visita que o grupo definiu como “estratégica”, sem dar mais detalhes. Ali estavam David Corrêa, o manda chuva do Instituto de Pesquisas Real Time Big Data, com o qual a emissora tem parcerias exclusivas. Completam a foto o anfitrião do encontro, o CEO da Record, Marcus Vinícius, e o superintendente de rede, André Dias.
“É sempre positivo abrir as portas da emissora para apresentar a qualidade do nosso trabalho e da nossa estrutura”, disse Dias.
Nesta terça-feira, 3 meses depois, o Real Time Big Data solta a pesquisa que, provavelmente, foi pauta da reunião fechada com Bittar na sede matriz da emissora, em São Paulo. Os número divulgado pela CNN são os mesmos da pesquisa Delta na semana passada, quando Bittar, ao conhecer os percentuais pela imprensa, declarou que Alan Rick deixaria de ser senador em 2026 para ser governador. As coincidências não páram por aí: Bocalom, o prefeito da capital e predileto de Bittar, também estaria no segundo turno pra governador – embora com a maior rejeição em todos os cenários e sondagens -, de acordo com a Big Data.
Nos anos em que não há disputa eleitoral, como em 2025, não há a obrigatoriedade de registrar esses levantamentos – o que gera suspeitas sobre possíveis manipulações de dados e tentativa criminosa de induzir o eleitor a cenários irreais.
A utilização do conteúdo desse tipo de pesquisa fora do período eleitoral é livre e fica a critério das instituições que desejarem fazê-las. No entanto, se a pesquisa for divulgada em ano de eleição, ela deve ser registrada, conforme prevê a Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições).
A pesquisa Big Data dá ao governador Gladson Cameli 27% e colocam Bittar como reeleito na segunda vaga de senador se as eleições fossem hoje, com 17% dos votos válidos. Jorge Viana (PT), tem 14%. Na sequência, a ex-deputada federal Jéssica Sales (MDB) soma 10%, seguida de Mara Rocha (Republicanos), com 9%.

