O advogado Augusto de Arruda Botelho, que faz a defesa de um dos diretores do Banco Master, afirmou que os passageiros do jatinho que fizeram uma viagem do Brasil ao Peru, para assistir a final da Copa Libertadores, eram apenas “torcedores”.
O ministro Dias Toffoli, relator do processo envolvendo o banco no STF (Supremo Tribunal Federal), também era um dos passageiros.
A viagem de ida ocorreu na manhã do dia 28 de novembro e a volta em 30 de novembro. A partida foi disputada entre Palmeiras e Flamengo, ocasião em que o clube carioca saiu vencedor. Toffoli e o advogado são palmeirenses.
“Sou um profissional liberal. Advogado Criminalista. Trabalho no escritório de advocacia que fundei, o Arruda Botelho Sociedade de Advogados. Não sou funcionário público, não sou concursado, não tenho cargo público ou eletivo. Não trabalho para governos ou autarquias”, declarou o advogado em uma postagem nas redes sociais nessa sexta-feira (19).
“Não sou membro de Conselhos de estatais, nem de instituições bancárias. Não tenho cargo comissionado, não sou agente temporário ou prestador de serviço para o Estado. E mais: os passageiros do voo estavam lá como torcedores do maior time do mundo, a Sociedade Esportiva Palmeiras”, completou.
Como mostrou a CNN Brasil, o jatinho é do empresário e ex-senador Luiz Osvaldo Pastore.
Além de Toffoli, estava na aeronave o advogado Augusto Botelho, que defende o diretor de compliance do Master, Luiz Antonio Bull, também investigado pela PF (Polícia Federal).
O ministro não se manifestou publicamente sobre o episódio, mas chegou a afirmar a interlocutores que é amigo de Pastore há anos e que não tem relação de proximidade com Botelho.
Dois dias após a viagem, Toffoli decretou sigilo da ação envolvendo o Master no STF. Recentemente, o ministro determinou que os investigados pelas fraudes financeiras do banco sejam ouvidos em até 30 dias.
Ainda na postagem, o advogado compartilhou uma foto de confraternização com outros colegas da advocacia, incluindo Celso Vilardi, que faz a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Botelho frisa que “algumas pessoas ainda não entenderam o trabalho de quem faz a defesa de um acusado de um crime e insistem, por variadas razões, em confundir a pessoa do advogado ou advogada criminalista com os seus clientes, ou, pior, compará-los aos crimes pelos quais eles são acusados”.

