Durante seu discurso na Cúpula do Mercosul realizada neste sábado (20), Lula destacou a grave situação da violência contra as mulheres na América Latina, região que ele descreveu como a mais letal do mundo para a população feminina.
“A América Latina também ostenta o triste recorde de ser região mais letal do mundo para as mulheres. Segundo a Cepal [Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe], 11 mulheres latino-americanas são assassinadas diariamente”, afirmou Lula durante sua fala no encontro regional.
O discurso abordou diversos temas relacionados à segurança pública, incluindo o combate ao crime organizado transnacional. Lula mencionou que o Mercosul já demonstrou disposição para enfrentar as redes criminosas de forma conjunta, citando a criação de instâncias especializadas em políticas contra as drogas há mais de uma década e a recente assinatura de um acordo contra o tráfico de pessoas.
Propostas para proteção das mulheres
Como parte do esforço para combater a violência contra as mulheres, Lula informou que enviou para ratificação do Congresso Nacional um acordo que permitirá que mulheres beneficiadas por medidas protetivas em um país do bloco tenham a mesma proteção nos demais países do Mercosul.
Além disso, propôs ao Paraguai, país que assumiu a presidência do bloco na ocasião, a criação de um pacto do Mercosul pelo fim do feminicídio e da violência contra as mulheres, demonstrando a urgência de ações coordenadas entre os países membros para enfrentar esse problema.
O discurso também abordou questões relacionadas à democracia, mencionando os eventos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil, quando ocorreu o que Lula chamou de “tentativa de golpe”. Segundo ele, os responsáveis foram investigados, julgados e condenados conforme o devido processo legal, afirmando que “pela primeira vez na sua história, o Brasil acertou as contas com o passado”.
Lula propôs ainda a convocação de uma reunião de ministros da Justiça e de Segurança Pública do Consenso de Brasília para discutir como fortalecer a cooperação sul-americana no combate ao crime organizado, destacando que não existe atualmente uma instância de abrangência sul-americana dedicada especificamente a esse problema.
