O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República para as eleições de 2026, em movimento que busca unificar a direita brasileira. A análise é de Débora Bergamasco no CNN 360º.
A decisão foi tomada após conversa com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante visita à Superintendência da Polícia Federal, onde concluíram ser urgente pacificar e unificar tanto a direita quanto a própria família Bolsonaro.
A escolha surpreendeu por ter sido antecipada, já que a indicação do nome para a disputa presidencial estava prevista apenas para o próximo ano, próximo ao prazo final para desincompatibilização.
Entre os motivos para a antecipação está a percepção de que a direita está se enfraquecendo por brigas internas e disputas de poder, incluindo rusgas entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente, aponta Débora Bergamasco.
A tentativa anterior de apenas estabelecer Flávio como porta-voz de Jair Bolsonaro fora da prisão não surtiu o efeito esperado, levando à conclusão de que seria necessária uma “nova camada de empoderamento” para o senador. Entre os filhos, Flávio foi escolhido por contar com o maior nível de confiança do pai, enquanto Eduardo Bolsonaro está morando nos Estados Unidos e Michelle Bolsonaro demonstrou dificuldades em dialogar com a política.
Impacto no mercado e cenário eleitoral
O anúncio provocou reação negativa imediata no mercado financeiro. A Bolsa de Valores brasileira (B3), que vinha registrando recordes e ultrapassando os 160 mil pontos, sofreu forte queda após a notícia.
Analistas atribuem a reação negativa não tanto ao nome de Flávio Bolsonaro em si, mas ao fato de não ter sido escolhido Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, visto pelo mercado como candidato mais competitivo da direita.
O movimento de Flávio Bolsonaro vinha sendo construído progressivamente. Monitoramentos de redes sociais já haviam detectado crescimento de sua presença digital, especialmente após a mega operação policial no Rio de Janeiro, quando ganhou protagonismo.
Apesar do anúncio, fontes próximas ao ex-presidente não descartam mudanças futuras na indicação, caso pesquisas eleitorais apontem baixa competitividade do nome de Flávio Bolsonaro para enfrentar o atual presidente em 2026.

