O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) admitiu neste domingo (7) que existe a possibilidade de não levar adiante sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva após um culto religioso, apenas dois dias após ter sido anunciado como o nome preferido pelo seu pai para disputar o Palácio do Planalto.
Durante o Agora CNN deste domingo (7) a analista Luísa Martins explicou que a declaração de Flávio vai de encontro à avaliação de especialistas e analistas políticos de que a pré-candidatura é uma estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de medir a popularidade do filho e reafirmar temas importantes para a família. “Para além de testar o nome, houve uma clara intenção de colocar na mesa a pauta da anistia”, avaliou a analista de Política.
Em suas declarações, Flávio afirmou que “existe um preço” para que sua eventual candidatura não siga “até o fim”, sinalizando que sua permanência na disputa presidencial é negociável.
O senador também indicou que pretende iniciar conversas com lideranças de partidos do Centrão nas próximas semanas, buscando construir alianças para uma frente política que possa fazer oposição a uma possível candidatura à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Estratégia política em jogo
A analista avalia que a confirmação da pré-candidatura de Flávio, considerada por muitos como repentina, funciona como um “balão de ensaio”, tática frequentemente utilizada durante o mandato presidencial de Jair Bolsonaro para testar reações da opinião pública antes de decisões definitivas.
Entre os objetivos desta movimentação estaria a tentativa de colocar na mesa de negociações a questão da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros envolvidos nas investigações sobre tentativa de golpe de Estado.
O timing do anúncio também chamou atenção de analistas políticos, considerando que o registro oficial de candidaturas para a eleição presidencial só ocorrerá em agosto de 2026.
Outros nomes na disputa
Durante a entrevista, Flávio fez menção a Tarcísio de Freitas (Republicanos), outro nome frequentemente citado como possível sucessor político de Jair Bolsonaro, apesar das negativas do próprio governador de São Paulo sobre uma candidatura à Presidência.
A movimentação do senador parece ter como objetivo manter o poder político da família Bolsonaro e evitar o fortalecimento de outras lideranças da direita brasileira, explicou Luísa.
Ao mesmo tempo, ao sinalizar abertura para negociações, Flávio mantém a possibilidade de apoiar outros nomes do campo conservador caso suas condições sejam atendidas, incluindo lideranças do centrão ou mesmo Tarcísio.
