Apresentado como novo CEO do Atlético-MG nesta quarta-feira (10), Pedro Daniel detalhou o cenário financeiro do clube e falou sobre alternativas para reduzir a dívida alvinegra.
Segundo ele, o principal desafio da gestão será equilibrar o fluxo de caixa e adequar o clube às regras do fair play financeiro, que passam a ter peso direto nas operações da SAF.
Pedro destacou que o Atlético-MG ainda aguarda entradas de recursos até o fim do ano, o que impede a definição exata do valor atualizado da dívida.
“O ano não acabou, existem entradas de recursos que estamos esperando. Eu não tenho um número neste momento. Mais importante do que vamos demonstrar no balanço é como vamos fazer o casamento do fluxo”, afirmou.
Para o executivo, o balanço financeiro não reflete necessariamente o cenário operacional.
“A fotografia do balanço não retrata a realidade do dia a dia. Estamos focados em como cumprir os novos requisitos e resgatar credibilidade”, complementou.
Novo período desafiador
Responsável pela parte técnica do fair play antes de assumir o cargo, Pedro relatou que o clube trabalha no entendimento detalhado das contas para adequação às novas regras.
“Desde que entrei, estamos fazendo todas as contas possíveis e impossíveis para entender como encaixar um fluxo adequado. Às vezes, há um descasamento entre entrada e saída de recursos. Estamos discutindo como equalizar ou mitigar riscos nesse sentido”, explicou. Ele classificou o último ano como difícil e projetou outro período desafiador.
Dívida é problema no investimento
O executivo também apontou que a dívida impacta diretamente o investimento no futebol, especialmente devido aos juros altos no país:
“Quando falamos em aporte, essa é outra pauta. Sabemos que estamos em um país com taxa de juros de 15%. A dívida pega muito forte em despesa financeira e tira o dinheiro do futebol. Pagamos juros e perdemos competitividade”
Para 2026, o objetivo é ajustar a estrutura financeira sem comprometer o desempenho esportivo.
“Estamos trabalhando forte para, nesse primeiro semestre, ajustar essa parte e afetar o mínimo possível o futebol. Agora temos um órgão regulador. As penalidades são sensíveis. Trabalhamos para evitar descumprimentos”, disse.
Pedro ressaltou que o clube avalia alternativas de capital e busca maior eficiência na alocação dos recursos.
“Estrutura de capital estamos avançando em algumas alternativas. A operação demanda mais tempo para equalizar, principalmente por contratos. Temos que buscar mais eficiência. Paulo e Sampaoli estão fazendo um trabalho de planejamento técnico para que tudo se encaixe”, finalizou. Ele afirmou que o Atlético terá menos margem para erros em 2026.
O que muda no futebol brasileiro com o fair play financeiro?
