BC não indica quando vai cortar juros. Saiba como isso afeta população

O Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 15% ao ano. A decisão aconteceu nessa quarta-feira (10/12) e foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Em linha com as expectativas do mercado, a decisão foi unanime entre os membros do colegiado. Apesar disso, parte dos especialistas esperavam uma indicação de inicio de flexibilização monetária já na próxima reunião, que deve acontecer em janeiro.

Não foi o que aconteceu, o comunicado da decisão manteve o tom neutro e não deu indicativos de quando os juros devem começar a cair, o que esfriou as expectativas do mercado e colocam as projeções de queda para o mês de março.

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No texto, o BC diz que está vigilante quanto ao cenário interno e externo e que a taxa de juros é considerada “adequada” para trazer a inflação para meta.

A meta de inflação é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.

Além disso, a autoridade monetária continuou a dizer que o patamar atual de juros deve se manter o mesmo por “período bastante prolongado”, o que frustrou especialistas, que esperavam um direcionamento diferente do que apontou o BC.

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, diz o comunicado do comitê.

Só será possível saber com mais certeza quais rumos a política monetária deverá tomar no próximo ano após a divulgação, na próxima terça-feira (16/12) da ata do Copom, que detalha os motivos pelos quais os diretores votaram pela manutenção.

Como a alta na taxa de juros afeta a população

A alta da taxa de juros influencia diversos aspectos da vida rotineira da população, isso porque os juros são um sintoma de outros problemas que podem estar acontecendo na condução da política econômica nacional e internacional.

Conheça algumas situações que são afetadas pela taxa de juros: 

  • Crédito mais caro e restrito: a manutenção dos juros altos mantém o custo do crédito elevado, isso afeta empréstimos pessoais e consignados, rotativo e parcelado do cartão, crédito para micro e pequenas empresas e financiamentos de veículos.
  • Crédito imobiliário: o crédito imobiliário não segue exatamente a Selic, mas é fortemente influenciado por ela. Sem cortes no juro básico, os bancos tendem a manter ou até aumentar as taxas médias do financiamento habitacional. Isso reduz o poder de compra das famílias e pode postergar decisões de compra.
  • Dívidas: com custo mais alto para renegociar dívidas, a vida de quem já está no endividado fica mais difícil. Juros altos impedem alívio financeiro e limitam a capacidade de famílias de reorganizar as contas.

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O diretor de política monetária do BC, Nilton David, afirmou que a próxima movimentação da Selic é de queda, mas, segundo ele, a grande questão é o quando.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem um discurso semelhante ao do comunicado do Copom: neutro. Ele afirma que a autoridade monetária não dá indicações em seus comunicados e que cada as movimentações e decisões dos diretores são decididas com base nos dados mais recentes.

Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação;
  • Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic, uma vez que a missão do BC é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país;
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores;
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e o mandato de Galípolo à frente do BC.



Fonte: Metrópoles

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