Após tratar dos estádios Ciro Machado, na Vila Planalto, e Juscelino Kubitschek, no Paranoá, o Metrópoles traz a terceira reportagem da série sobre as condições dos palcos de futebol do Distrito Federal que vão sediar o Candangão 2026 a partir de janeiro.
Neste episódio, você descobre como está o estádio Odilon Aires, no Cruzeiro, que poderia ser a casa da ARUC no Campeonato Brasiliense do ano que vem.
O estádio Odilon Aires, no Cruzeiro, quer ser a casa oficial da ARUC no retorno à elite do futebol candango em 2026. O clube está de volta à primeira divisão local depois de 22 anos afastado.
O estádio tem sediado partidas de categorias amadoras do futebol candango, como sub-20, sub-17 e feminino. No entanto, não possui laudos aprovados para receber jogos profissionais.
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O campo faz parte de um complexo esportivo, que conta com quadras de beach soccer, vôlei de praia, gramado sintético, quadra poliesportiva e ginásio. Há apenas duas entradas no local, sendo que qualquer uma delas dá acesso a todos os espaços. Desta maneira, quando se direciona o público ao estádio, não existe uma separação segura em caso de jogos com torcidas rivais.
Parte do alicerce das arquibancadas está deteriorado e à mostra. Assim, torcedores podem se utilizar de barras de ferro e materiais para atacar adversários, imprensa, arbitragem e, até mesmo, os jogadores.
Outro problema diz respeito à iluminação do estádio, que é inexistente. Partidas noturnas não podem ser disputadas por conta da escuridão.
Existem banheiros destinados a torcedores no estádio, montados atrás da arquibancada do lado esquerdo. No sanitário masculino, há um mictório precário, feito com azulejo antigo. Os três boxes disponíveis estão sendo utilizados como dormitório. Já no sanitário feminino também existem três boxes, cujos assentos não possuem tampa e porta para fechar.
As arquibancadas estão com rachaduras e não possuem assentos, o que deixa eminente o perigo aos torcedores assistem às partidas.
Não há camarotes destinados às diretorias dos clubes. A única possibilidade de assistir a um jogo é em meio aos torcedores e às câmeras de transmissão, todas elas situadas nas arquibancadas.
Falando em imprensa, o estádio é o único do Distrito Federal que não possui cabines de rádio, televisão e mídia escrita. Ou seja, todos os profissionais têm que alojar-se nas arquibancadas. No caso de uma transmissão, a câmera não fica centralizada, o que impede que o trabalho seja feito com qualidade.
Também não há tomadas instaladas nas proximidades das arquibancadas. A energia é cedida de uma tomada que fica em um depósito, atrás dos assentos.
Foi instalado um andaime, preso de maneira improvisada junto ao alambrado, que tem tapumes expostos e sem proteção, o que pode trazer riscos a profissionais que venham a trabalhar sob o apoio, em caso de uma eventual descarga elétrica.
Também não existe um local específico para a permanência de ambulâncias no estádio. Caso seja necessário chamar socorro, o veículo não tem condições de entrar no gramado, uma vez que não há um portão de acesso e espaço para o carro transitar. Se tentasse entrar pelo lado dos vestiários, um toco impediria a passagem do veículo.
Os vestiários são antigos e pequenos, com mofo e goteiras em algumas partes, janelas pequenas e sem vidros, além de ferros retorcidos nas entradas e uma caixa d’água amassada. A reportagem do Metrópoles observou que há fios expostos e com emendas desencapadas, o que mostra um grande perigo, já que, caso uma pessoa encoste na barra de ferro ou as goteiras atinjam as lâmpadas, uma descarga elétrica pode ser ocasionada.
Vestiários estão com piso batido e nunca passaram por reforma
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Gramado possui muitas imperfeições e pode levar perigo a atletas
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Vestiário com poucas saídas de ar e colado ao alambrado
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Saída próxima aos vestiários impede entrada de ambulâncias: há um toco na calçada
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Vestiários precários para os jogadores
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Chuveiros velhos e sem manutenção
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Fiação está exposta próximo a placas de metal
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Banheiros dos vestiários não possuem porta
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Gramado alto e sem corte
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Vários buracos do gramado tapados com areia
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Estádio Odilon Aires não possui iluminação noturna
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Parte interditada ao lado do vestiário dos árbitros
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Banheiro Feminino não possui portas e o Masculino serve como dormitório
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Banheiro masculino com piso e mictório antigos
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Andaime foi colocado para transmissão de partidas, mas sem segurança
Daniel Ferreira / Metrópoles
O gramado está se recuperando devido às chuvas, mas tem imperfeições. Sem nivelamento, com terra na frente das goleiras e mato alto na parte de trás, a bola não rola corretamente no campo. Já os bancos de reserva não possuem assentos individuais, apenas um espaço coletivo feito de alvenaria e coberto por telhas de zinco amassadas e presas ao alambrado.
O alambrado do estádio é revestido com telhas de zinco e algumas telas para impedir que a bola vá parar na Feira Permanente ou nos apartamentos ao redor.
Aliás, a Feira Permanente é o único local em que o torcedor pode se alimentar. No estádio, não há bares instalados, nem quiosques fixos.
Fica claro o descaso da Federação de Futebol do Distrito Federal que, ciente dos problemas há anos, não toma qualquer providência.
Fonte: Metrópoles
