O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou, nesta quarta-feira (10/12), que as negociações do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros estão avançando “mais célere do que esperávamos”, mas ainda precisam de avanços.
Segundo o diretor de economia da entidade, Mario Sergio Telles, 34% das indústrias de transformação relatam efeitos graves, com empresas ameaçadas pela perda de competitividade.
De acordo com o dirigente, mesmo que parte da pressão internacional, especialmente do mercado de commodities, esteja “se resolvendo aos poucos”, o ambiente geopolítico segue pesando mais do que as tratativas técnicas.
“A geopolítica está falando mais alto neste momento. As negociações não são tão simples”, destacou ele, durante coletiva de imprensa para apresentar as projeções da CNI para 2026.
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Diálogo político voltou a avançar
O presidente da CNI disse que entraves políticos que até então estavam atrapalhando as conversas com os EUA “se dissiparam”, abrindo espaço para avanços ainda neste ano, caso o Brasil consiga intensificar os acenos diplomáticos.
Ele também comentou que a estratégia americana inclui movimentos voltados para países do Caribe, o que afeta o ritmo das negociações. “Os Caribes merecem atenção dos Estados Unidos”, afirmou, indicando as recentes tensões com a Venezuela.
A preocupação da entidade, no entanto, é crescente. “O problema é muito sério. As empresas estão ameaçadas, e o fôlego não é infinito — está diminuindo”, alertou Telles.
A CNI defende que o governo brasileiro intensifique o diálogo com os EUA e que as decisões sobre as tarifas sejam aceleradas. “Existe urgência em avançar na resolução das tarifas”, reforçou.
Fonte: Metrópoles
