A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, em entrevista ao CNN Novo Dia, alerta para os possíveis impactos do ano eleitoral de 2026 no cenário econômico brasileiro. A especialista explica como as eleições podem alterar significativamente as expectativas do mercado financeiro.
Segundo Veronese, o ano de 2026 inicialmente seria marcado por um cenário de corte de juros e desaceleração da inflação. No entanto, esse panorama pode mudar drasticamente dependendo do desenvolvimento do processo eleitoral. “Se a gente tiver um cenário eleitoral muito fora do que o mercado está conseguindo enxergar, se a gente tiver uma nova política econômica que não tenha um comprometimento fiscal, por exemplo, que preocupe do ponto de vista de mercado, a gente pode ter, por exemplo, um dólar muito mais alto“, destaca.
A economista ressalta que uma alta expressiva do dólar poderia desestabilizar as projeções de inflação. Como consequência, a taxa Selic teria que permanecer em patamares mais elevados do que o atualmente previsto pelo mercado.
Veronese também explica que, embora as eleições já comecem a influenciar os preços dos ativos financeiros desde o início de 2026, o tema só se tornará central no debate econômico a partir do segundo semestre. “No primeiro trimestre, no segundo trimestre, ou seja, ao longo dos primeiros seis meses do ano, eleição faz preço, mas não chega a ser o assunto principal“, ponta. A economista prevê que o tema eleitoral ganhará mais relevância “no finalzinho da primeira metade do ano”.
A análise de Helena Veronese evidencia a sensibilidade do mercado financeiro brasileiro ao cenário político e como as expectativas em relação ao compromisso fiscal do próximo governo podem impactar diretamente indicadores como câmbio, inflação e taxa de juros, criando um efeito cascata na economia como um todo.
