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dLocal: CEO brasileiro traz Pix por biometria para startup listada nos EUA

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dLocal: CEO brasileiro traz Pix por biometria para startup listada nos EUA

Passados dois anos desde que deixou o cargo de CFO do Mercado Livre após mais de uma década à frente da companhia , Pedro Arnt, agora co-CEO da dLocal, aposta na ferramenta do Pix por biometria para otimizar a experiência dos consumidores e também de setores com alto volume de transações atendidos pela empresa.

O executivo falou com exclusividade ao CNN Money sobre a adoção da nova modalidade, que ocorre num momento mais otimista para a startup uruguaia que processa pagamentos.

Neste ano, a dLocal fechou sua 1ª aquisição fora da América Latina e segue com seu plano de expansão. Isso após um susto em 2022, quando as ações da fintech desabaram em Wall Street com uma forte aversão do mercado gerada pelo relatório da Muddy Waters Research. Na ocasião, Arnt ainda não fazia parte do quadro da companhia, mas garantiu que a crise de desconfiança está “superada”.

Agora, com o Pix por biometria, o co-CEO promete benefícios para seus clientes, que incluem Netflix, Spotify, Amazon, Google e Shein. A ferramenta permite autenticar pagamentos instantâneos com reconhecimento facial ou impressão digital, sem precisar abrir o aplicativo do banco.

“Para o consumidor brasileiro, a experiência de pagar com Pix não é muito boa. Exige redirecionamentos, preencher vários campos, copiar e colar dados, coisas que, com certeza, estão gerando fricção e um vazamento e uma perda de transações enorme”, explica.

Para disponibilizar a ferramenta, a fintech deu um passo importante em 2025 ao receber a autorização do Banco Central para atuar como instituição de pagamentos no Brasil.

A dLocal é participante direta do Pix e ITP (Iniciador de Transação de Pagamento), o que a possibilita oferecer todos os métodos do Pix, como Pix Automático, Pix Recorrente ou Pix com Biometria.

Segundo Arnt, a regulação atendeu uma necessidade para que o negócio siga operando no país. A companhia funciona como uma infraestrutura tecnológica e regulatória para que grandes empresas, como Spotify, Google e Netflix, ofereçam diversas formas de pagamento aos usuários.

“Para poder fazer tudo isso, ter a licença do Banco Central é importante, não só pela confiança que gera aos nossos grandes clientes globais, mas também para garantir que nós estamos operando dentro do marco regulatório do Brasil.”

Atualmente a dLocal opera em mais de 40 países e foi listada em 2021 na bolsa de valores americana Nasdaq, para mercados emergentes, tendo arrecadado US$ 617,65 milhões na IPO (oferta pública inicial).

A empresa, que possui sede em Montevidéu, no Uruguai, e mais de 1,5 mil funcionários, registrou⁠ ⁠no ano fiscal de 2024 um TPV (Volume Total de Pagamentos, na sigla em inglês) de US$ 25,6 bilhões.

“Made in China” nos negócios

Entre os principais clientes atendidos pela dLocal estão gigantes do varejo online e de streaming dos Estados Unidos – Netflix e Amazon – e da China, por exemplo, a Shein.

Segundo a empresa responsável pelo processamento de pagamentos dessas plataformas, os clientes chineses são as empresas que levam ao consumidor brasileiro diversos produtos a “preços acessíveis” e a tendência é de crescimento na América Latina como um todo.

Para o CEO, a procura por produtos nas plataformas, como a Shein, ainda é impulsionado pelo uso das redes sociais, por exemplo, o TikTok.

Segundo ele, a China tem se voltado para países fora dos Estados Unidos, devido às questões geopolíticas.

“As empresas chinesas começam a ver mercados como o americano um pouco mais fechados a eles. O resto do mundo, e particularmente o resto do mundo emergente, América Latina, África e Ásia, se tornam um foco de maior relevância para eles”, explica.

Taxação de Fintechs

Na última quarta-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que aumenta alíquotas relacionadas a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de fintechs.

O incremento se dá de forma progressiva, começando em 17,5% até o final de 2027 e chegando a 20% em 1º janeiro de 2028. O impacto estimado é de R$ 1,6 bilhão.

Arnt não fez críticas à medida e disse que no Brasil há políticas para inovação do setor, inclusive o Pix.

“Se nós olharmos o impacto e inclusão financeira para o Brasil, que tem ocorrido ao longo dos últimos 10 anos, consequência de startups e inovação, o Brasil realmente tem mostrado ser um dos países que melhor trabalho tem feito.”

Segundo ele, é necessário dar o benefício da dúvida ao governo, já que ele tem permitido o crescimento das fintechs, e encontrar um “equilíbrio” que também garanta que sejam tratadas da forma como devem.

“Muitas dessas fintechs já tem uma escala e já tem um tamanho onde elas já não precisam necessariamente de ser tratadas como pequenas startups.”, explicou.

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