Oportunismo sem rumo no Acre; O Senador Márcio Bittar (PL) não é um político; é um fenômeno de oportunismo patológico, mais uma vez evidente com sua declaração de apoio a Alan Rick (União Brasil) para 2026, feita enquanto ainda se lambuza na aliança com o governador Gladson Cameli. Não teria sido um erro estratégico, as a prova cabal de que Bittar é incapaz de manter uma lealdade que vá além de seu próprio umbigo.
A cena é surreal: o senador mendigou o palanque de Cameli para tentar salvar sua reeleição, e agora o apunhala pelas costas, ignorando não só o projeto da vice-governadora Mailza Gomes (PP) — cuja cautela em relação a ele se mostra profética — mas também o potencial candidato de seu próprio partido, Tião Bocalom.
Qual é o projeto de Márcio Bittar? Não é o Acre, não é o PL, e certamente não é o eleitor.
Nem Mel, Nem Bíblia
A recente e conveniente conversão religiosa do senador, de ateu convicto a “evangélico voraz”, só torna seu comportamento mais grotesco. Onde está o princípio cristão da lealdade e da verdade? Onde está a leitura da Bíblia que o ensinaria que “ninguém pode servir a dois senhores”? Bittar tenta servir a Deus, a Mamom e, principalmente, a si mesmo, demonstrando uma hipocrisia que envergonha tanto a política quanto a fé.
Ao tentar conciliar o apoio de Cameli com o flerte com Alan Rick, ele joga o perigoso jogo da esperteza que matou o gato. Gladson Cameli já demonstrou ter inteligência política suficiente para entender que não se pode conviver com uma serpente no ninho. O recado está dado: Cameli quer distância do senador bolsonarista que age como um parasita, e a chance de Bittar ficar na base do “nem mel, nem cumbuca” é altíssima.
Olhe para o Retrovisor, Senador?
Enquanto Bittar se preocupa em sabotar o futuro de seus aliados, ele ignora a ameaça real que se desenha no seu próprio caminho: Jéssica Sales. Com potencial para ser um nome forte na disputa pelo Senado, ela representa um perigo muito maior do que qualquer jogo de tabuleiro em 2026.
Márcio Bittar está prestes a colher o que plantou: o isolamento. Sua traição crônica não é mais vista como esperteza, mas como desespero. O eleitor do Acre, farto de joguetes e duplicidade, terá a chance de mostrar nas urnas que a política do oportunismo e da desfaçatez tem prazo de validade.

