Emilio Dantas revela o que o fez aceitar papel controverso de Doca Street

Dono de papéis masculinos controversos na ficção, o ator Emilio Dantas, 43, dá vida agora à uma figura que realmente existiu na vida real. Em “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, o astro é Doca Street, homem que assassinou a socialite Ângela Diniz em 1976 — ocorrido que marcou a história policial brasileira.

À CNN, ele contou o que o levou a aceitar o desafio e comentou sobre o peso emocional de revisitar um crime que mobilizou o país.

“Emilio Dantas é uma peça-chave da denúncia contra a violência de gênero no Brasil. Foi o que me levou a fazer esse trabalho. É levar debate, mesmo, é um daqueles papéis controversos onde a gente está ali para botar a cara mesmo. Para que as falhas e os os problemas estejam bem explícitos.”

O assassinato de Ângela Diniz, pelo até então namorado Doca Street, tornou-se símbolo da luta contra a violência de gênero e da transformação da percepção pública sobre feminicídios no Brasil.

Para mergulhar no papel, Dantas disse que usou da “impessoalidade”.

“Eu lembro quando a gente fez ‘O Fim’, o Ribeiro era um personagem que eu queria que ele fosse invisível, sabe? Eu queria que as pessoas lembrassem da série e esquecessem do Ribeiro. E de certa forma funcionou, mas ainda assim eu estava ali e era um propósito meu”, contou.

“O Doca é um cara que realmente é uma pecinha que passa pela vida da Ângela, um período muito curto, de três meses, né? Talvez se ele não tivesse assassinado a Ângela, ele fosse completamente irrelevante para a história de vida dela em si.”

“Ele é um personagem muito esvaziado para mim. Foi muito bom também fazer, porque assim como ele entrou, ele saiu e não me pesou, eu estou tranquilo, sereno, suave, seguindo minha vida”, concluiu.

Relembre o assassinato de Ângela Diniz

Ângela, conhecida pela independência e estilo de vida ousado para a época, foi morta com quatro tiros na casa de praia em Búzios (RJ), em 30 de dezembro de 1976.

Ela havia começado um relacionamento com Doca Street poucos meses antes de ser assassinada. Amigos de Ângela relatavam que o à época companheiro, tinha crise de ciúmes e a proibia de sair. O crime ocorreu após uma suposta discussão dos dois.

O crime ganhou grande repercussão e dividiu opiniões, principalmente após o julgamento de Doca Street.

Em sua primeira defesa, ele alegou “legítima defesa da honra”, ou seja, que ele apenas havia reagido a uma suposta agressão à sua honra.

A tese da “legítima defesa da honra” foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, pois viola os princípios da dignidade humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero.

O réu foi condenado a apenas dois anos de prisão, pena que gerou revolta e inspirou movimentos feministas. A comoção nacional e a pressão popular levaram a um novo julgamento, em 1981, no qual Doca recebeu pena de 15 anos.

A série tem Antônio Fagundes no papel do advogado e ex-ministro do STF Evandro Lins Silva; Thiago Lacerda (Ibrahim Sued); Camila Márdila (Lulu Prado) e Yara de Novaes (Maria Diniz).

Complementam o elenco Thelmo Fernandes, Renata Gaspar, Tóia Ferraz, Carolina Ferman, Joaquim Lopes, Emílio de Mello, Marina Provenzzano, Maria Volpe, Gustavo Wabner, Ester Jablonski, Pedro Nercessian, Deco Almeida, Stepan Nercessian, Daniela Galli, Priscila Sztejnman, Tatsu Carvalho, Charles Fricks e Alli Willow. 

Além da direção de Waddington, a série foi escrita por Elena Soárez (“O Mecanismo”, “Casa de Areia”, “Filhos do Carnaval”), com produção executiva de Waddington, Lorena Bondarovsky e Renata Brandão.

Elenco chorou lendo roteiro da série

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