A diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pelo aumento persistente da glicose no sangue decorrente da produção insuficiente de insulina ou da incapacidade do organismo de utilizá-la adequadamente — condição essencial para o metabolismo dos açúcares pelo corpo.
O reconhecimento dos sintomas de diabetes é fundamental para que o diagnóstico seja feito o quanto antes. De acordo com a endocrinologista Jamilly Drago, a doença pode avançar silenciosamente e gerar sérias complicações se não for identificada precocemente.
“É muito preocupante quando o diagnóstico vem tarde. Muitas vezes, o paciente já está convivendo com glicemia alta há anos sem saber”, alerta.
Leia também
-
Molécula intestinal pode reduzir risco de diabetes tipo 2, diz estudo
-
Diabetes e festividades: saiba 6 dicas para curtir sem se descuidar
-
Os benefícios do jejum intermitente e dieta low carb para a diabetes
-
Diabetes repentina após os 50 anos pode sinalizar câncer de pâncreas
O que é a diabetes e como ela se manifesta
A diabetes pode surgir de diferentes formas, sendo os tipos mais comuns:
- Diabetes tipo 1: causada pela destruição das células produtoras de insulina, normalmente aparece de forma mais rápida e intensa.
- Diabetes tipo 2: representa cerca de 90% dos casos e tende a se desenvolver de forma lenta, muitas vezes sem sintomas claros nos estágios iniciais.
- Diabetes gestacional: diagnosticada durante a gravidez e pode persistir após o parto.
A hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue) pode causar uma série de sinais e sintomas que variam conforme o tipo e a evolução da doença.
Sintomas clássicos e sinais que não podem ser ignorados
Existem sintomas típicos que, quando persistentes, devem levar à investigação médica e à realização de exames específicos, como glicemia de jejum e hemoglobina glicada — testes que ajudam a confirmar o diagnóstico.
Principais sinais de diabetes
Sintomas clássicos:
- Sede intensa e constante (polidipsia).
- Urinar com frequência aumentada (poliúria).
- Fome excessiva ou, em alguns casos, perda de peso inexplicada.
- Fraqueza e fadiga persistentes.
Sintomas frequentemente ignorados (sinais silenciosos):
- Infecções urinárias e de pele repetidas.
- Visão embaçada.
- Feridas que demoram a cicatrizar.
- Formigamento ou dormência nas extremidades.
- Irritabilidade, tontura após ingestão de carboidratos.
- Sonolência depois das refeições.
- Desejo constante por doces.
- Dificuldade para perder peso mesmo com dieta adequada.
- Ganho de gordura abdominal.
Sinais na pele que merecem atenção:
• Áreas de pele escurecida, especialmente no pescoço ou axilas — condição chamada acantose nigricans — podem indicar resistência à insulina.
Por que os sintomas passam despercebidos?
A endocrinologista Wanessa Stival explica que, especialmente no caso da diabetes tipo 2, “o corpo se adapta às mudanças e muita gente só percebe quando algo mais grave acontece”.
Ela enfatiza que sinais como sede excessiva, cansaço e irritabilidade são frequentemente subestimados por parecerem “normais”. O processo silencioso pode levar ao desenvolvimento de complicações severas antes mesmo de o diagnóstico formal ser feito.
Por isso, é fundamental dar atenção aos sinais sutis, principalmente em pessoas com fatores de risco como histórico familiar da doença, obesidade, sedentarismo e idade avançada.
Quando procurar um médico?
A recomendação das especialistas é clara: ao menor sinal de alerta, sobretudo se persistente ou progressivo, procure orientação médica. A realização de exames de rotina pode identificar alterações metabólicas antes que a doença avance e cause danos mais graves.
O diagnóstico precoce não só possibilita o controle da diabetes como também ajuda a prevenir complicações que podem afetar órgãos como coração, rins, olhos e nervos. “O corpo avisa antes da diabetes chegar. Ouvir esses sinais pode evitar complicações e garantir mais qualidade de vida”, conclui Wanessa.
Fonte: Metrópoles
