Família de pernambucana morta na Alemanha chega ao país e cobra Itamaraty

A família de Luciana Soares da Silva, pernambucana de 41 anos que morreu na Alemanha após inalar gás vazado de um aquecedor, chegou ao país europeu, nesta segunda-feira (22), para tratar da guarda dos dois filhos da vítima e da repatriação do corpo.

“Assim que chegamos à Alemanha, fomos diretamente ao consulado”, afirmou a filha mais velha de Luciana, Larissa Kevlyn Sares da Silva, à CNN Brasil. Segundo ela, no momento a família conta com o auxílio do consulado brasileiro, de uma ONG local e do apoio de uma família brasileira que vive no país.

No mesmo dia, na segunda-feira, os familiares participaram de uma reunião com a Vara da Infância alemã. As crianças, Kauã Emanuel Soares da Silva, de oito anos, e Maria Khatarina Soares da Silva, de dois meses, estão sob os cuidados de uma família especializada para esse tipo de situação. Ainda assim, os parentes relatam angústia pela falta de contato direto. “A gente não viu as crianças e não pode nem visitar”, comentou Larissa.

A situação da guarda preocupa, especialmente no caso da bebê. De acordo com a família, embora Maria tenha dupla nacionalidade, o vínculo com o pai alemão ainda não havia sido oficialmente reconhecido, o que pode gerar entraves legais. “Nossa principal preocupação é a tutela das crianças. A gente quer trazer meu irmão e tentar trazer a Maria também, mas não sabe como funciona o governo”, explicou Larissa.

Apesar do contato com o consulado, a família afirma que não recebeu acompanhamento jurídico ou psicológico. Questionada se se sente amparada pelo Estado brasileiro, Larissa respondeu: “Não”. Sobre o que espera das autoridades, foi direta: “Do Itamaraty”.

Os parentes já receberam confirmação oficial de que o corpo de Luciana está no IML (Instituto Médico-Legal) local. A família confirmou que o custo para a repatriação do corpo é de 20 mil euros, valor que ultrapassa R$ 100 mil na conversão atual. Ainda não há previsão de quando o traslado poderá ocorrer. “Foi informado que, por causa das leis da Alemanha, os processos são demorados e levam tempo”, relatou.

Entenda o caso

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Luciana havia se mudado para a Alemanha em janeiro deste ano, após conseguir o visto e autorização para matricular o filho mais velho na escola • Reprodução/Redes sociais

Luciana morreu na madrugada de 15 de dezembro, na cidade de Cölbe, após um vazamento de gás provocado por um aquecedor na casa onde morava. De acordo com familiares, ela estava no pavimento térreo do imóvel no momento do vazamento. No andar superior estavam os filhos, o companheiro, de nacionalidade alemã, e o filho dele, de 14 anos. Todos foram socorridos, hospitalizados e receberam alta. Luciana, no entanto, não resistiu.

A filha mais velha contou que a família começou a desconfiar de que algo havia acontecido após perder o contato com a mãe. “A última vez que a gente conseguiu contato com a minha mãe foi no domingo. Na segunda-feira, eu estranhei porque todo dia que eu acordo de manhã sempre tem mensagem dela”, relatou.

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Segundo Larissa, o primeiro retorno veio apenas na manhã de terça-feira (16), quando conseguiu falar brevemente com o companheiro da mãe, que estava internado em um CTI (Centro de Terapia Intensiva).

“Ele estava muito sedado, mas conseguiu dizer que tinha acontecido uma tragédia, que as crianças estavam bem e que minha mãe tinha vindo a óbito”, disse.

Sem parentes na Alemanha e enfrentando dificuldades financeiras, a família iniciou uma campanha de arrecadação para custear as despesas do processo.

“Infelizmente, a gente não tem condições financeiras. A gente quer trazer o corpo da minha mãe, trazer meus irmãos de volta e ir lá resolver tudo isso”, afirmou Larissa.

O Ministério das Relações Exteriores informou, em nota, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, que tem conhecimento do caso e presta a assistência consular cabível. A família segue aguardando definições formais sobre a guarda das crianças e os próximos passos para trazer Luciana e os filhos de volta ao Brasil.

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